O ministro das Comunicações, Fábio Faria, acusou emissoras de rádio, principalmente as do Nordeste, de privilegiarem as inserções de 30 segundos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação às do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o ministro, Bolsonaro teve exibidas 154.085 inserções a menos do que o adversário.
“Só no Nordeste, na semana de 7 a 14 de outubro, foram 12 mil inserções a menos. E na semana seguinte, dos dias 14 a 21, foi para mais de 17 mil. O lugar mais forte disso é o estado da Bahia. Só na primeira semana, foram mais de 7 mil a mais para Lula”, disse Faria, em live, nesta segunda-feira (24), no Palácio da Alvorada.
A campanha de Bolsonaro protocolou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a denúncia, nesta segunda (24). De acordo com Fábio Faria e com um dos coordenadores da campanha, Fábio Wajngarten, a peça contém uma auditoria que estaria apontando a irregularidade.
A ação pede que o TSE restabeleça as inserções que as emissoras de rádios estariam deixando de exibir. O Tribunal deve iniciar uma investigação sobre o caso.
Na mesma transmissão, Fábio Faria comentou os direitos de resposta concedidos a Lula pelo TSE, em decisão proferida pelo plenário virtual no último sábado (22), e disse que a campanha petista está com nível “muito mais baixo”.
“Isso comoveu muita gente, principalmente eleitores de Bolsonaro que estão vendo que a campanha do PT está com um nível de fake news muito mais baixo, que nao passa nem de longe da nossa campanha, que está muito mais propositiva”.
Logo após o envio da peça pela campanha bolsonarista, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, deu um prazo de 24 horas para que fosse enviada "qualquer prova ou documento sério". Moraes afirmou que, caso contrário, a petição seria recusada e um inquérito seria instaurado para apurar eventual crime eleitoral por parte de Bolsonaro.
Na noite desta terça (25), a campanha enviou ao Tribunal um relatório em que estão listadas rádios e os horários das inserções. Segundo os advogados que assinam a peça, as informações foram checadas "seguidas vezes".
Agora, cabe ao TSE analisar o documento enviado pela campanha do presidente e decidir se há irregularidades na exibição das inserções pelas emissoras.
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