Eleições 2022

Investigado e com tornozeleira eletrônica, Zé Trovão é eleito deputado federal

Filiado ao PL de Bolsonaro, o ativista e caminhoneiro recebeu R$ 500 mil para a campanha. Ele é investigado por liderar atos antidemocráticos


Publicado em 03 de outubro de 2022 | 11:14
 
 
 
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Investigado pela Polícia Federal, réu em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) e usando tornozeleira eletrônica após ter fugido para os Estados Unidos e sido preso, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como Zé Trovão, foi eleito para a Câmara dos Deputados com 71,140 mil votos em Santa Catarina, pelo PL, sendo o quarto mais votado no estado. 

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Zé Trovão ficou conhecido nacionalmente após ser um dos líderes da greve dos caminhoneiros que parou o país durante o governo de Michel Temer (MDB). Depois, passou a atuar como ativista do bolsonarismo, fazendo vídeos atacando as instituições, em especial o STF. Chegou a pedir um golpe militar e o fechamento da Suprema Corte.

Zé Trovão é um dos principais personagens na incitação de atos antidemocráticos contra o STF, tanto que entrou para o rol dos investigados no processo que trata do tema. Em setembro de 2021, ele teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Era acusado de está por trás da organização de uma invasão ao STF. ajudou a levar caminhões para o 7 de Setembro em Brasília, quando bolsonaristas bloquearam as pistas em frente ao Congresso Nacional e tentaram romper barreira policial para chegar à sede do STF, na Praça dos Três Poderes.

Mas, ao saber que poderia ser preso, deixou o país antes da Polícia Federal encontrá-lo para cumprir a ordem judicial. Passou dois meses fora. Disse que estava escondido na casa de um amigo no México, época em que gravou novos vídeos com ataques ao Judiciário e a adversários de Jair Bolsonaro. Na lista de procurados da Interpol, acabou se entregando à PF em Santa Catarina, onde mora. Em 17 de dezembro de 2021, Moraes mandou o bolsonarista para a prisão domiciliar, porém manteve o uso da tornozeleira eletrônica.

A promessa feita por ele, que havia anunciado até o rompimento com o bolsonarismo, de se manter longe da política e cessar os ataques ao STF durou pouco.

Filiado ao PL de Bolsonaro, recebeu R$ 500 mil para a campanha de deputado federal. Proibido pelo STF de fazer publicações em redes sociais desde 2021, driblou a decisão com um vídeo no aplicativo de mensagens Telegram, que foi publicado em um grupo de apoiadores com mais de 11 mil inscritos, mas retirado do ar da plataforma logo após por “violar leis locais”, segundo a ferramenta.

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