Eleições 2022

Kalil pede que Norte de MG cobre prefeitos que apoiam Bolsonaro e Zema

Candidato a governador inaugurou comitê de campanha em Montes Claros, principal cidade da região, ao lado de deputados petistas


Publicado em 29 de agosto de 2022 | 15:02
 
 
 
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Candidato a governador de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD) pediu que a população do Norte de Minas peça explicações aos prefeitos da região sobre os motivos pelos quais eles, eventualmente, apoiem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Romeu Zema (Novo).

“Além de derrotá-los, nós temos que perguntar em cada recanto, em cada cidade aqui do Norte: o que foi feito aqui para nós, senhor prefeito? Misteriosamente, por que o senhor está do outro lado?”, disse Kalil nesta segunda-feira (29) durante inauguração do comitê de campanha em Montes Claros, principal cidade da região. 

O apoio dos mandatários municipais é visto como importante politicamente principalmente para abrir palanques no interior, onde o ex-prefeito de Belo Horizonte busca se tornar mais conhecido.

Acompanhado do deputado federal Paulo Guedes (PT) e do deputado estadual Virgílio Guimarães (PT), Kalil dedicou os últimos quatro dias à região Norte. Desde sexta-feira (26), ele também passou por Espinosa, Varzelândia e Mirabela.

Como exemplo de demanda não atendida do que chamou de “Grande Norte”, Kalil citou a BR-367, importante corredor de ligação com o litoral sul da Bahia, mas que é alvo de constantes reclamações da população.

A melhora das condições da rodovia pode, por exemplo, facilitar o escoamento da produção agropecuária e de madeira de eucalipto oriundos do Vale do Jequitinhonha.

Em dezembro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em evento com o governador Romeu Zema (Novo), inaugurou a pedra fundamental da obra de pavimentação da rodovia.

À época, foi anunciado o investimento federal de R$ 160 milhões para intervenção no trecho entre Salto da Divisa, na divisa com a Bahia, e Almenara, no Jequitinhonha. 

A previsão inicial do Ministério da Infraestrutura era de que a pavimentação fosse concluída até junho de 2022, o que não ocorreu devido a problemas como falta de recursos.

No mês em que a intervenção deveria ter sido finalizada, o ministro Marcelo Sampaio esteve em Montes Claros para anunciar a retomada dos trabalhos na BR-367. A pasta foi procurada para informar qual é o status da obra atualmente, mas ainda não respondeu.

“Fizeram carnaval com a imprensa. Sabe o que tem da obra depois de dois anos e meio? A pedra. Ainda tá pior que antes. Mas tem uma pedra lá, com os nomes deles todos”, criticou Kalil em seu discurso. Ele também disse que é hora das lideranças “colocarem a verdade” para a população.

"Nós estamos enfrentando o programa de televisão. E por parte deles é um programa inédito porque se todos nós prestarmos atenção, não tem nada. Não tem um quebra-mola. Não tem um caminhão de brita. Não tem uma escola, uma sala de aula”, declarou o candidato do PSD.

Além da obra do governo federal, o governo Zema anunciou em setembro de 2021 a revitalização de cinco trechos da BR-367 que estão sob responsabilidade do Estado. As intervenções serão custeadas com recursos do acordo com a Vale pelo rompimento da barragem de Brumadinho. 

A obra no entroncamento Carbonita-Bocaiúva teria início imediato, segundo o Palácio Tiradentes informou naquele momento, e as demais “nos próximos meses”.

O governo estadual foi procurado para informar o status atual das intervenções, mas também não respondeu até a publicação desta reportagem, que será atualizada.

Kalil quer apoio de Brasília para duplicar rodovias mineiras

Em entrevista à imprensa em Montes Claros, Alexandre Kalil afirmou que sua proposta para as rodovias estaduais envolvem duas ações.

A primeira, nas palavras dele, é "colocar a mão nessas concessões de estradas, com esses pedágios imorais e sem empresas regulatórias".

A segunda ação é colocar as rodovias em estado "decente". "(Depois) Essas estradas, principalmente aqui no Norte, nós vamos fazer um plano em Brasília, arrojado, para duplicação. Nós temos que duplicar primeiro para depois privatizar. O modelo que está sendo feito aí é para os empresários", afirmou.

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