ELEIÇÕES 2022

Lula no JN responde sobre corrupção: 'Objetivo da Lava Jato era me condenar'

Sabatina no Jornal Nacional começou com pergunta sobre escândalos de corrupção na Petrobras durante gestão petista


Publicado em 25 de agosto de 2022 | 20:32
 
 
 
normal

A sabatina do Jornal Nacional com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato pelo PT à Presidência, nesta quinta-feira (25), começou com uma pergunta sobre corrupção na Petrobras. 

Lula respondeu, lendo um papel, que foi durante os governos PT que foram criados mecanismos anticorrupção, como o Portal da Transparência, Lei de Acesso à Informação, combate aos carteis pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a independência do Ministério Público.

"A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. A Polícia Federal recebeu no meu governo mais liberdade que em qualquer outro momento da história", afirmou, defendendo ainda que não interferiu na Polícia Federal, em crítica indireta ao presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de interferir no órgão.

Para Lula, o equívoco da Operação Lava Jato foi que ela "enveredou por um caminho político delicado". "A Lava Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. E o objetivo era o Lula, o objetivo era tentar condenar o Lula", afirmou.

Sobre o escândalo do Mensalão, que foi deflagrado em 2005, Lula respondeu: "Foi isso que nós fizemos. Se alguém comete um erro, um delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve e tá resolvido o problema". Perguntado se poderá assegurar se um novo governo não tenha corrupção, Lula diz que os mecanismos para isso já estão postos.

Lula voltou ao JN para sabatina após 16 anos

O ex-presidente voltou nesta quinta à bancada do Jornal Nacional, principal telejornal da TV brasileira, para ser sabatinado após 16 anos. Na última entrevista como candidato, em 2006, seu adversário era justamente Geraldo Alckmin (PSB), hoje o vice em sua chapa, e integrou a comitiva que acompanhou Lula ao estúdio do JN. 

Foram selecionados para a sabatina apenas as candidaturas mais bem posicionadas no Datafolha do dia 28 de julho. O candidato do PT foi entrevistado por 40 minutos, da mesma forma que se deu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (22) e com o pedetista Ciro Gomes na terça-feira (23). Na sexta-feira (26) será a vez de Simone Tebet (MDB) participar do programa. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio.

Há 16 anos, os principais questionamentos ao ex-presidente foram sobre o escândalo do mensalão, que estourou um ano antes. O esquema consistia na compra de parlamentares por meio de repasses de propina, o que levou diversos deputados, líderes petistas e operadores à cadeia nos anos seguintes. Lula não foi réu no caso.

Uma década depois, em 2016, o ex-presidente foi alvo da operação Lava Jato. Foi condenado em três instâncias e preso pela Polícia Federal em Curitiba, capital paranaense.

Depois, teve a condenação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar o caso e concluiu que o então juiz Sergio Moro - que em seguida entraria formalmente para a política, primeiro como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e atualmente como candidato ao Senado pelo União Brasil - teria sido parcial. Ainda preso, em 2018, Lula tentou participar da eleição.

Quando ocorreram as entrevistas do Jornal Nacional com os demais candidatos, ele ainda estava tentando disputar. Na sabatina com os concorrentes, o apresentador William Bonner ressaltou que, por estar preso, o ex-presidente não poderia participar. 

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!