Em encontro com atletas e ex-atletas, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, chamou atenção em seu discurso para a escalada da violência política neste ano eleitoral.
"Hoje mesmo uma mulher apanhou , em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Uma mulher grávida estava fazendo campanha pro PT e um bolsonarista atacou ela de porrada. Uma mulher grávida de não sei quantos meses", afirmou, na manhã desta terça-feira (27). Esse episódio está repercutindo principalmente nas redes sociais, mas ainda não há detalhes do que ocorreu.
Lula não citou casos específicos, mas disse que "já mataram três ou quatro". No entanto, já foram contabilizados quatro assassinatos de eleitores, sendo três pró-Lula e um pró-Jair Bolsonaro (PL), presidente da República e candidato à reeleição.
"O bolsonarismo representa parte daquilo que a gente pensava que não existia, porque a gente pensava que a direita tinha ficado civilizada. [Antes] a violência era verbal. Agora a gente tem um presidente que não distribui um livro didático pro ensino médio, mas está vendendo armas, está liberando a venda de arma", continuou o ex-presidente.
"E quem tá comprando armas é o crime organizado. Pode comprar duas mil balas, quatro ou cinco fuzis. Qual cidadão de bem que quer tantas armas?", provocou ainda.
Em seguida, Lula contou que já andou com arma de fogo, mas não disse em que época da vida. Ele disse que teve uma Garrucha, arma de cano curto, de calibre 22.
"Eu, quando namorava, muito tempo atrás, tinha uma garruchinha 22, porque eu andava do Parque Bristol até a Vila Oliveira a pé, meia-noite. Eu namorava até 23h30 e tinha que sair a pé", relembrou.
"Era longe pacas e não tinha ônibus. Então eu tinha uma garruchinha, colocava ela aqui dentro [nas calças], tirava as balas com medo que ela estourasse, e colocava as balas no bolso. Se o cara viesse pra cima de mim eu diria: 'Espera eu colocar minhas balas aqui'. Então, não tem necessidade [de arma] quem não sabe usar arma."
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