ELEIÇÕES 2022

No JN, Lula critica sigilos de 100 anos adotados pelo governo Bolsonaro

Ex-presidente petista aproveita pergunta sobre escândalos de corrupção para dar estocada no principal adversário na disputa à Presidência


Publicado em 25 de agosto de 2022 | 20:40
 
 
 
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Candidato pelo PT à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os decretos de sigilos de 100 adotados pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), principal rival do petista na disputa. Ao responder sobre escândalos de corrupção, ele alfinetou o adversário e disse que "sigilo está na moda".

“Eu poderia fazer decreto de 100 anos. Sabe decreto de sigilo? Que está na moda agora. Poderia para não apurar nada, colocar 100 anos de sigilo. Ou eu poderia não investigar, colocar um tapetão em cima de qualquer denúncia, e nada vai ser apurado e não vai ter corrupção”, afirmou Lula.

O petista deu como exemplo o sigilo colocado sobre investigações envolvendo integrantes e ex-integrantes do atual governo, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Em seguida, ao ser perguntado sobre se vai respeitar a lista tríplice do Ministério Público para a escolha do próximo PGR, respondeu: "Se eu ganhar as eleições, antes da posse, vou ter varias reuniões com o Ministério Público para discutir os critérios".

Lula voltou ao JN para sabatina após 16 anos

O ex-presidente voltou nesta quinta à bancada do Jornal Nacional, principal telejornal da TV brasileira, para ser sabatinado após 16 anos. Na última entrevista como candidato, em 2006, seu adversário era justamente Geraldo Alckmin (PSB), hoje o vice em sua chapa, e integrou a comitiva que acompanhou Lula ao estúdio do JN. 

Foram selecionados para a sabatina apenas as candidaturas mais bem posicionadas no Datafolha do dia 28 de julho. O candidato do PT foi entrevistado por 40 minutos, da mesma forma que se deu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (22) e com o pedetista Ciro Gomes na terça-feira (23). Na sexta-feira (26) será a vez de Simone Tebet (MDB) participar do programa. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio.

Há 16 anos, os principais questionamentos ao ex-presidente foram sobre o escândalo do mensalão, que estourou um ano antes. O esquema consistia na compra de parlamentares por meio de repasses de propina, o que levou diversos deputados, líderes petistas e operadores à cadeia nos anos seguintes. Lula não foi réu no caso.

Uma década depois, em 2016, o ex-presidente foi alvo da operação Lava Jato. Foi condenado em três instâncias e preso pela Polícia Federal em Curitiba, capital paranaense.

Depois, teve a condenação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar o caso e concluiu que o então juiz Sergio Moro - que em seguida entraria formalmente para a política, primeiro como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e atualmente como candidato ao Senado pelo União Brasil - teria sido parcial. Ainda preso, em 2018, Lula tentou participar da eleição.

Quando ocorreram as entrevistas do Jornal Nacional com os demais candidatos, ele ainda estava tentando disputar. Na sabatina com os concorrentes, o apresentador William Bonner ressaltou que, por estar preso, o ex-presidente não poderia participar. 

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