ELEIÇÕES 2022

No JN, Lula diz que Lira é 'quem governa' e Bolsonaro 'é refém do Congresso'

O Centrão não é um partido político, criticou Lula ao se referir aos partidos que apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro


Publicado em 25 de agosto de 2022 | 21:00
 
 
 
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato pelo PT ao Palácio do Planalto, criticou, na sabatina para o Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira (25), a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e partidos do Centrão do Congresso Nacional, liderados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Lula reiterou a promessa de que mandará investigar possíveis casos de corrupção, caso seja eleito. Disse que com o orçamento secreto, Bolsonaro ficou refém do Congresso Nacional e que "não manda no orçamento". "O Bolsonaro não manda nada, ele é refém do Congresso Nacional. O Bolsonaro sequer cuida do Orçamento, quem cuida é o Lira, é ele que libera a verba, os ministros ligam pra ele, não ligam pro presidente da República."

"O Bolsonaro parece o bobo da corte", disse o petista. "Tem que acabar com esse semipresidencialismo", acrescentou, em alusão à influência do Congresso sobre o governo e o Orçamento federal.

"A vida política estabelecida em regime democrático é a convivência democrática na diversidade. Nenhum presidente da República, num regime presidencialista, governa se não estabelecer relação com o Congresso Nacional", continuou Lula.

"O Centrão não é um partido político, até porque hoje só tem partido político no Brasil o PT, o PCdoB, talvez o PSol e o PSB, porque quase todos os outros partidos são cartoriais, são cooperativas de deputados que se juntam em determinadas circunstâncias."

Lula voltou ao JN para sabatina após 16 anos

O ex-presidente voltou nesta quinta à bancada do Jornal Nacional, principal telejornal da TV brasileira, para ser sabatinado após 16 anos. Na última entrevista como candidato, em 2006, seu adversário era justamente Geraldo Alckmin (PSB), hoje o vice em sua chapa, e integrou a comitiva que acompanhou Lula ao estúdio do JN. 

Foram selecionados para a sabatina apenas as candidaturas mais bem posicionadas no Datafolha do dia 28 de julho. O candidato do PT foi entrevistado por 40 minutos, da mesma forma que se deu com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (22) e com o pedetista Ciro Gomes na terça-feira (23). Na sexta-feira (26) será a vez de Simone Tebet (MDB) participar do programa. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio.

Há 16 anos, os principais questionamentos ao ex-presidente foram sobre o escândalo do mensalão, que estourou um ano antes. O esquema consistia na compra de parlamentares por meio de repasses de propina, o que levou diversos deputados, líderes petistas e operadores à cadeia nos anos seguintes. Lula não foi réu no caso.

Uma década depois, em 2016, o ex-presidente foi alvo da operação Lava Jato. Foi condenado em três instâncias e preso pela Polícia Federal em Curitiba, capital paranaense.

Depois, teve a condenação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgar o caso e concluiu que o então juiz Sergio Moro - que em seguida entraria formalmente para a política, primeiro como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e atualmente como candidato ao Senado pelo União Brasil - teria sido parcial. Ainda preso, em 2018, Lula tentou participar da eleição.

Quando ocorreram as entrevistas do Jornal Nacional com os demais candidatos, ele ainda estava tentando disputar. Na sabatina com os concorrentes, o apresentador William Bonner ressaltou que, por estar preso, o ex-presidente não poderia participar. 

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