Soraya Thronicke diz que Bolsonaro abandonou liberalismo e combate à corrupção

A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi apoiadora em 2018, abandonou as pautas de combate à corrupção e do liberalismo na economia. Soraya foi questionada sobre o assunto em entrevista ao jornal "Gazeta do Povo", para explicar os motivos pelos quais rompeu com o presidente. Esse rompimento se deu durante a pandemia da Covid-19, sobretudo no andamento da CPI no Senado.

"A partir de 2013, os brasileiros começaram a se movimentar numa onda anti-PT. Bolsonaro foi eleito nessa onda anti-PT. Nós levamos o nome dele e as pessoas que foram às ruas em busca do combate à corrupção também decidiram por um candidato que naquele momento levantou as bandeiras que nós estávamos defendendo. Primeiro, o combate à corrupção. Segundo, uma economia liberal. São as duas principais questões para mim, Soraya, e as bandeiras que eu levantei e continuo levantando", disse a candidata. 

Na sequência, a senadora afirmou que o presidente é quem tem que explicar por qual motivo mudou de posição. "Nós escolhemos naquele momento Jair Bolsonaro como nosso candidato. Foi um momento de ruptura e eu me sinto realmente decepcionada, porque eu continuo levantando as mesmas bandeiras, a bandeira que eu sou absolutamente crítica em relação ao governo do PT e eu continuo levantando as bandeiras do combate à corrupção e de abertura de mercado, o que não aconteceu. Continuo no mesmo partido. Quem, tem que responder a pergunta de porque abandonou as bandeiras se chama Jair Bolsonaro. Não sou eu. Eu continuo no mesmo lugar e fiel aos mesmos princípios. Estou me sentindo enganada e decepcionada", finalizou.

Na entrevista, ela criticou as dificuldades de articulação do governo, do qual foi vice-líder no Senado e criticou a postura da gestão federal na pandemia. Ao dizer que se vacinou contra a Covid-19, desafiou o presidente a dizer se tomou ou não o imunizante. 

Soraya também foi questionada sobre o fato de membros de seus partidos preferirem outros candidatos. Ela afirmou que, em alguns locais, os palanques serão duplos e não exclusivos, mas que tem o apoio unânime da cúpula do partido. "Não me incomoda em nada (que haja dissidências). Primeiro, porque eu não sou ciumenta. Segundo, porque eu me banco", afirmou Soraya Thronicke.

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