O candidato ao governo de Minas, senador Carlos Viana (PL), saiu em defesa do empresário Celso Mânica, condenado por manter trabalhadores em condições degradantes em fazendas da família em Unaí, Noroeste de Minas. Celso Mânica doou R$ 100 mil para a campanha de Viana que afirmou não ver problema nenhum em aceitar os recursos, alegando que a família Mânica tem sofrido uma injusta perseguição.
A 'perseguição' alegada por Viana se refere ao fato de associarem Celso Mânica, doador de sua campanha, ao caso envolvendo o irmão do empresário, ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, que foi condenado a 64 anos de prisão por ser um dos mandantes da chacina na cidade. A condenação só veio em maio deste ano, embora o crime tenha ocorrido em janeiro de 2004, quando três fiscais do trabalho, que investigavam denúncias de trabalho escravo na região, e o motorista que os acompanhava foram assassinados em uma emboscada. Norberto Mânica, irmão do ex-prefeito, foi condenado, em 2015, a 100 anos de prisão.
Viana chegou a afirmar, durante sabatina para os veículos de imprensa do grupo Globo, nesta quinta-feira (8), que Celso Mânica nem conversa com os irmãos condenados pelo crime que ficou conhecido como a 'chacina de Unaí'.
O senador minimizou, também, a condenação dos irmãos Norberto, Luiz Antônio e Celso Mânica, que foi mantida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), em outubro de 2007. Eles foram condenados por manterem trabalhadores em condições degradantes em suas fazendas. Viana disse que o caso envolvendo Celso Mânica está sob júdice e que ainda não há uma decisão final da justiça. O senador chegou a afirmar que Celso Mânica recorreu da decisão.