DECLARAÇÃO AO TSE

Zema tem maior evolução de patrimônio entre todos os candidatos a governador

Comparação é feita entre as declarações de bens dos candidatos em 2018 e neste ano. Chefe do Executivo de Minas é o quarto mais rico do Brasil entre esses postulantes


Publicado em 25 de agosto de 2022 | 14:38
 
 
 
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Nenhum dos 223 candidatos a governador nas eleições deste ano teve um salto tão grande em sua declaração de bens quanto Romeu Zema (Novo), na comparação entre o informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 e o cadastrado em 2018. O levantamento feito pela reportagem de O TEMPO mostra que o chefe do Executivo de Minas Gerais aumentou seu patrimônio de R$ 69,7 milhões para R$ 129,7 milhões: um crescimento absoluto de R$ 60 milhões. O segundo colocado é outro postulante à reeleição: Ronaldo Caiado (União Brasil). Desde então, o governador de Goiás aumentou seu patrimônio em R$ 16,7 milhões.

Se considerarmos o crescimento patrimonial de cada candidato em relação à eleição anterior que o mesmo concorreu, dois superam Zema em enriquecimento absoluto (valor em R$): Paulo Octávio (PSD), que concorre ao pleito do Distrito Federal, e o ex-senador Ivo Cassol (PP), que tenta voltar ao governo de Rondônia. Porém, Octávio se candidatou pela penúltima vez em 2006, enquanto Cassol declarou ao TSE pela penúltima oportunidade em 2010. Portanto, as evoluções patrimoniais de ambos – de R$ 295 milhões e R$ 104 milhões, respectivamente – não podem ser comparadas com a de Zema pela diferença temporal. 

Em termos percentuais, Zema teve um incremento de 86% no seu patrimônio em quatro anos. Esse é o sexto maior aumento proporcional entre os 20 governadores que concorrem à reeleição: Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Coronel Marcos (União Brasil-RO), Paulo Dantas (MDB-AL), Carlos Brandão (PSB-MA) e Eduardo Leite (PSDB-RS) enriqueceram mais que o governador de Minas em termos proporcionais desde 2018. O atual chefe do Executivo gaúcho teve a maior evolução no período: saiu de R$ 32 mil para R$ 281 mil, um aumento de 765%.

Zema, inclusive, é o governador mais rico entre aqueles que tentam a reeleição. Seu patrimônio de R$ 129,7 milhões supera o de Ibaneis Rocha (MDB-DF), que declarou R$ 79,8 milhões ao TSE. Esse último valor chama atenção, pois o político do Distrito Federal perdeu R$ 14,2 milhões em patrimônio desde 2018, a segunda maior queda do Brasil entre todos os 223 candidatos no período. Quem mais perdeu poderio econômico desde o último pleito para governador foi o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), que registrou R$ 14,4 milhões a menos do que há quatro anos.

Para justificar o maior ganho de patrimônio entre todos os candidatos desde 2018, a assessoria de Romeu Zema informou que "o incremento ocorreu antes do início do atual mandato". Segundo a equipe do governador, ele vendeu duas empresas de combustíveis em 2018 por R$ 380 milhões, recebendo cerca de R$ 23 milhões pelas duas operações. "O restante da ampliação dos bens é proveniente valorização das empresas do grupo que segue conquistando mercado através de uma gestão que é reconhecida no setor como exemplar", esclareceu o empresário.

Evolução acima dos 1000%

Em todo o Brasil, cinco candidatos a governador tiveram evolução dos seus patrimônios acima dos 1000% em relação à última eleição que concorreram. O caso que mais chama atenção é o da postulante ao governo do Piauí Gessy Lima (PSC), que declarou apenas R$ 3 mil em 2020, e neste ano informou um valor de R$ 284 mil – evolução de 9.276%. Há dois anos, ela tentou a Prefeitura de Teresina, mas não ganhou.

Outro candidato que tentou um cargo no Executivo municipal em 2020 e teve ampla evolução patrimonial é Serley Leal (UP), postulante ao governo do Ceará. Há dois anos, sua declaração totalizava apenas R$ 8 mil. Agora, traz o dado de R$ 177,9 mil – crescimento de 2.032%, o quarto maior do Brasil entre os concorrentes a governos estaduais. Ele também nunca foi eleito. 

Grandes incrementos também aconteceram com dois candidatos a governador que se inscreveram para o pleito de 2018. Há quatro anos, o atual senador Rogério Carvalho (PT-SE) declarava ao TSE ter R$ 35 mil em seu nome – valor que saltou para R$ 485 mil neste ano, um aumento de 1.285%. Já Gianfranco (PSTU-AP) aumentou sua riqueza em R$ 257 mil: de R$ 8 mil para R$ 265 mil em quatro anos, crescimento de 3.212%, o segundo maior do País. Ele nunca foi eleito.

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