Estudantes que se preparam para o vestibular podem aproveitar as férias de julho para assistir a produções do cinema brasileiro que abordam temas frequentes em provas como o Enem. O Dia do Cinema Brasileiro, celebrado nesta quinta-feira (19), destaca a importância das obras nacionais como ferramentas de aprendizado que permitem manter contato com conteúdos relevantes durante o período de descanso.

"Muitos filmes brasileiros abordam questões históricas, sociais e culturais que aparecem com frequência no Enem e nos vestibulares. Assistir a alguns deles é uma boa maneira de aproveitar o tempo livre e, ao mesmo tempo, ampliar o repertório para a redação e argumentações nas questões interdisciplinares. Mesmo não sendo dedicado exclusivamente ao estudo, é uma excelente oportunidade para refletir sobre o contexto brasileiro e seus desafios", afirma Luã Marins, Diretor de Ensino da Inspira Rede de Educadores.

Confira abaixo cinco filmes para assistir no recesso escolar  e aumentar o repertório para o vestibular: 

Que Horas Ela Volta? (2015)

O filme apresenta a história de Val, empregada doméstica que trabalha para uma família de classe média em São Paulo. A trama se desenvolve quando a filha da protagonista chega do Nordeste para prestar vestibular, questionando as regras implícitas da casa onde a mãe trabalha.

A obra explora temas como desigualdade social, preconceito e relações de classe no Brasil. A narrativa oferece material valioso para argumentações em provas discursivas, permitindo reflexões sobre direitos trabalhistas e as complexas relações sociais brasileiras.

Doutor Gama (2021)

Esta produção baseia-se na história real de Luiz Gama, ex-escravizado que se tornou um dos primeiros advogados negros do Brasil. O filme retrata sua trajetória como defensor de pessoas escravizadas durante o século XIX e seu ativismo por justiça social.

"A narrativa reflete sobre o passado escravocrata do país e suas consequências atuais. É uma ótima referência para redações com temas ligados à desigualdade racial, ao acesso à justiça e à luta por direitos civis", destaca Luã. O longa aborda o racismo estrutural e questões de cidadania que permanecem relevantes no contexto contemporâneo brasileiro.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014)

A trama acompanha Leonardo, adolescente cego em busca de maior independência, cuja vida muda com a chegada de um novo colega de escola. O filme aborda a descoberta do primeiro amor e questões de identidade, enquanto trata de temas como bullying, deficiência visual e diversidade sexual.

A produção proporciona discussões sobre acessibilidade, inclusão e respeito às diferenças, tópicos recorrentes em provas de vestibular e no Enem. A forma como estas questões são apresentadas oferece perspectivas para estudantes construírem argumentações em redações sobre direitos humanos e diversidade.

Central do Brasil (1998)

O filme narra a história de Dora, ex-professora que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Sua vida muda ao conhecer Josué, menino que acaba de perder a mãe, iniciando uma jornada pelo sertão nordestino em busca do pai que o garoto nunca conheceu.

"Pode ser mencionada em temas diversos, desde analfabetismo e etarismo aos impactos da ausência paterna", afirma o professor sobre a obra que aborda desigualdade social, vínculos afetivos e sentimento de pertencimento, temas frequentes em provas de vestibular.

Ainda Estou Aqui (2023)

O filme reconstrói a história real de Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, deputado cassado, preso e morto durante a ditadura militar brasileira em 1971. A narrativa acompanha a luta de Eunice por justiça enquanto cria sozinha seus cinco filhos, incluindo Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou a produção.

"O filme, por si só, já vale ser assistido. Foi aclamado mundialmente e premiado no circuito internacional. Se o estudante ainda não viu, esta é uma ótima oportunidade. A ditadura militar é um tema recorrente em provas de História e Sociologia, e o filme também oferece valiosas referências para discussões sobre direitos humanos", declara Luã.