O cabeleireiro Roger Naumtchyk, filho adotivo de Cid Moreira (1927-2024), abriu o jogo sobre os supostos abusos sofridos por ele enquanto vivia com o pai adotivo. O jovem se mudou para a casa do jornalista aos 14 anos, por intermédio da tia, Maria Ulhiana Naumtchyk, com quem o ex-âncora do Jornal Nacional era casado.
Segundo o cabeleireiro, os abusos começaram logo no início de sua adoção. Em entrevista ao jornalista Valmir Moratelli, da Veja, Roger conta que Cid Moreira teve ciúmes quando ele assumiu o seu primeiro relacionamento.
"[Ele falou] Que eu não poderia trabalhar com ele na gravação da Bíblia, que tinha que sair de casa e ir para o salão de beleza, que combinava mais. E Fátima [Sampaio, terceira mulher do jornalista] disse que eu não poderia continuar nos trabalhos da Bíblia, porque sendo gay mancharia a imagem do Cid", relatou ele.
Roger também conta ter sido vítima de violência sexual do jornalista. "Nessa época, para mim, aquilo não era estupro ou assédio. Não considerava um abuso, nem imaginava o que era aquilo. Só agora, mais recente, entendi que fui abusado. Um tipo de estupro", contou.
Ainda na entrevista, o profissional da beleza disse que era comum o ex-âncora do Jornal Nacional se masturbar na sua frente.
"Algum tempo depois, comecei a fazer a sauna com ele a seu pedido. Era 24 horas com ele, se ele ia para a Globo, eu ia também. Eu era sua sombra, considerado o carregador de malas, na Globo falavam que eu era ‘garotão do Cid’. Mas ele me tratava como filho. Até que um dia, nessas saunas, ele pediu para que eu passasse a ajudá-lo na masturbação. Não imaginava que aquilo ali já se concretizava um abuso sexual. Estava tão condicionado com aquilo, que não me machucava, não me violentava, eu bloqueava", afirmou Roger Naumtchyk em seu depoimento.