CINEMA

Sequência de 'Mad Max' mostra origens da personagem Furiosa

Filme protagonizado por Anya Taylor-Joy entra em cartaz a partir desta quinta-feira

Por Paulo Henrique Silva
Publicado em 22 de maio de 2024 | 17:25 - Atualizado em 22 de maio de 2024 | 17:29
 
 
 

“Furiosa: Uma Saga Mad Max”  padece do mesmo mal de todas as continuações: quer oferecer muito mais que o primeiro (“Estrada da Fúria”, lançado em 2015), como se necessitasse, para se justificar, amplificar o que foi visto antes. O exagero acaba deixando tudo mais superficial e incompleto.

Ao querer explicar toda a raiva contida na personagem (vivida antes por Charlize Theron e agora por Anya Taylor-Joy), contando as suas origens, a segunda parte – em cartaz a partir desta quinta-feira (23) – retira a complexidade e o mistério que serviram para dar uma cara mais autoral ao trabalho anterior, que, merecidamente, frequentou as listas de melhores do ano.

Com tantos elementos novos (mais vilões, por exemplo), seria de se esperar que um dos sustentáculos do original se perdesse: o caos. Havia algo de cruel e perverso em “A Estrada da Fúria” que, no segundo filme, se vê mais controlado e empacotado, como se oferecesse uma selvageria gourmet.

Immortan Joe reaparece, longe de representar a face mais terrível de um mundo distópico, com ditadores sem nenhum resquício de sentimento pelo humano. Está mais para um governante calculista. O grande erro de “Furiosa” é buscar organizar todas as relações sociais, políticas e econômicas da Terra pós-Terceira Guerra Mundial.

Agora temos três “países” que precisam se entender em prol da sobrevivência. O primeiro tem o controle da água e dos alimentos. O segundo, dos combustíveis. E o terceiro, das armas. Após um golpe, com um novo comandante que deseja todo o poder para si, a precária ordem é quebrada. O roteiro se sustenta nessa aula de ensino médio sobre geopolítica internacional.

Immortan é até comportado frente às ações delirantes de Dementus, interpretado por Chris Hemsworth. Com uma capa que emula o super-herói Thor, o ator carrega um tipo de humor desvairado, direcionado ao pastiche. Essa chave de atuação é crucial para tirar a força do clímax e da vingança engendrada por Furiosa.

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