Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido do público como Nego Di, foi preso na manhã deste domingo (14) por estelionato após denúncias indicarem que ele teria participado um esquema de venda irregular através da internet.

Além disso, o ex-BBB é alvo de uma segunda operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul que investiga ele e sua esposa, a influenciadora Gabriela Sousa, por lavagem de dinheiro por promoção de rifas virtuais.

Rifas ilegais

Desde que deixou o BBB 21, em meio a polêmicas, Nego Di buscou se destacar nas redes sociais para aumentar a visibilidade que ganhou no programa, dentre os assuntos abordados estava as promoções de rifas, nas quais ele vendia números que davam chances do consumidor participar do sorteio de prêmios.  

Um dos pontos que chamou a atenção do Ministério Público do Rio Grande do Sul foi o sorteio de um Porsche, que poderia ser de qualquer pessoa em todo o país "por apenas 99 centavos", como dizia a divulgação, que incentivava o público a comprar a maior quantidade possível de rifas, que atualmente são ilegais no Brasil, exceto se promovidas por entidades beneficentes que tenham autorização do Ministério da Fazenda para isso.

O MP apontou ainda que Nego Di que usava contas de terceiros para receber o dinheiro da venda dos bilhetes, que foram usados para comprar dois carros, avaliados em R$ 630 mil, que ainda não se sabe se foram devidamente sorteados.

O promotor de Justiça da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, Flávio Duarte afirmou que o esquema em questão se caracterizava como lavagem de dinheiro e que todos os valores arrecadados com as promoções são ilícitos.
 
"Esses valores ingressavam inicialmente na conta de uma terceira pessoa, depois eventualmente retornavam para uma empresa e somente depois que já estavam incorporados na empresa, dando uma aparência de lícito e, ao mesmo tempo se distanciando daquele valor que se sabia que era ilegal, oriundo de uma contraversão penal, ele adquiriu os bens. Todo esse mecanismo, toda essa dissimulação, esse distanciamento da origem delituosa configura o crime de lavagem de dinheiro", disse Duarte em entrevista ao G1.

Estelionato

Nego Di também está sendo investigado por estelionato. O comediante é acusado de lesar pelo menos 370 consumidores que adquiriram produtos que nunca foram entregues através da loja virtual Tadizuera. 

Dados da investigação apontam que a empresa de Nego Di prometia a entrega dos produtos, apesar de saber que isso não aconteceria, uma vez que a loja se quer possuía o estoque dos produtos listados online, e que deste modo ele teria movimentado cerca de R$ 5 milhões nas contas bancárias da empresa.

Em 2023, Anderson Boneti, o sócio de Nego Di, também teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça, mas foi liberado pela polícia alguns dias depois.