A repórter Renata Varandas foi desligada da Record TV nesta quinta-feira (18/07) por ter vazado para o mercado financeiro parte de sua entrevista com o atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT).
A entrevista, veiculada na noite de terça-feira (16/7), teve afirmações de Lula enviadas a grupo de investidores no WhatsApp antes de o programa ir ao ar.
A conversa foi gravada e exibida na íntegra no “Jornal da Record”, às 19h55, no mesmo dia. Trechos da entrevista foram publicados pelo portal de notícias da emissora, R7, ao longo do dia. Só que antes disso parte das informações foi distribuída por uma empresa de análise política da qual a jornalista é sócia.
Descontextualizada, a "fala" de Lula causou ruído no mercado financeiro e fez o dólar disparar. Renata confessou o vazamento a seus chefes. Em nota, a Record confirmou o desligamento.
A apresentadora, que também é sócia da casa de análise Capital Advice, foi responsável pelo envio de trechos à corretora BGC Liquidez, que cedeu informações a investidores via aplicativo de mensagens.
De acordo com o Estadão, logo após a realização da entrevista, Varandas avisou a membros da Capital Advice sobre os tópicos abordados. Na sequência, membros da corretora BGC Liquidez receberam as informações antes da veiculação da matéria, que iria ao ar às 19h55, e repassaram informações ao mercado financeiro.
No documento, ela adiantava: "Em entrevista à Record TV, que será veiculada hoje (terça, 16) ao longo do dia, o presidente Lula disse que é preciso convencê-lo de que será mesmo preciso cortar entre R$ 15 bi e 20 bi no relatório de 22 de junho. Disse ainda que, se precisar modificar a meta, ele não se opõe”.
Contudo, na entrevista completa, o presidente diz - "Eu dizia na campanha que íamos criar um País com estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social. Essa responsabilidade, esse compromisso, posso dizer para você como se tivesse dizendo para um filho meu, para a minha mulher, responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”, afirmou Lula.