Nesta quarta-feira (31), Elisa Annenberg-Paglia, filha dos jornalistas Sandra Annenberg e Ernesto Paglia, compartilhou um desabafo nas redes sociais após ter seu sotaque paulista ironizado por parte dos internautas. A influenciadora atualmente reside nos Estados Unidos, onde estuda artes cênicas.

"O Brasil é um país construído grande parte por imigrantes. Pessoas que vieram de lugares diferentes com saberes, gastronomia, cultura, línguas diferentes, e juntos contribuíram para a formação de uma cultura plural. Tecendo uma colcha repleta de detalhes e diversidade. Não é difícil de descobrir de onde eu venho, meu sotaque me entrega logo de cara. Nasci e cresci em São Paulo e sou completamente apaixonada pela minha cidade e meu estado", iniciou ela.

Elisa Annenberg afirmou que seu sotaque paulista também tem um pouco de italiano, já que seus avôs foram imigrantes.

"Esse meu sotaque é um dos mais característicos de São Paulo e ele remete um pouco ao italiano. Meu avô migrou na Itália para o Brasil sem saber falar uma palavra de português e ele se virou para construir um futuro do qual eu agora faço parte. Esse ano a gente celebra 150 anos da imigração italiana no Brasil, uma comunidade que é indispensável ao falar da construção e da evolução da cidade de São Paulo. Eu falo como eu falo por causa de todos os italianos que decidiram fazer do nosso Brasil sua nova casa", acrescentou ela.

Ainda em seu desabafo, a estudante de artes cênicas criticou o preconceito linguístico e destacou a pluralidade de sotaques do Brasil.

"O lugar de onde uma pessoa vem e o sotaque que ela carrega apresenta uma miscigenação e a diversidade cultural que permeiam o Brasil de norte a sul. Apontar dedo, tirar sarro, fazer graça, nada faz além de aumentar a divisão entre o nosso povo quando tudo que a gente precisa é de mais união. Nossa língua é viva e é alimentada pela história do nosso povo. Chega de preconceito linguístico, de achar que você sabe tudo sobre uma outra pessoa só pelo jeito que ela fala. Num país tão diverso como o nosso, precisamos ser maiores e melhores do que isso", completou Elisa Annenberg-Paglia.