O poeta carioca Armando Freitas Filho, autor de uma das obras líricas mais consolidadas do país, morreu nesta quinta-feira aos 84 anos.

A informação foi confirmada por sua editora, a Companhia das Letras, que não informou a causa da morte.

Freitas Filho tem obra que remonta aos anos 1960, quando lançou "Palavra", pontapé inicial de um projeto literário que reuniria em torno de 15 livros bem esmerados -o último, "Rol", saiu em 2016, se não contarmos a edição limitada de "Cristina", em 2022, com edição artesanal voltada aos amigos.

Ele deixa a mulher, Cristina, e dois filhos, Carlos e Maria. (Folhapress)

Nota de pesar do Ministério da Cultura

Foi com pesar que o Ministério da Cultura (MinC) recebeu, nesta quinta-feira (26), a notícia da morte de Armando Freitas Filho, aos 84 anos, considerado um dos maiores poetas do país.

Armando teve uma carreira de mais de seis décadas. Seus mestres foram Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. A estreia foi com o livro Palavra, em 1963. Mais tarde, na década de 1970, se aproximou da poesia marginal, mas sem aderir ao movimento. No entanto, tornou-se amigo de Ana Cristina César, a quem ele viria organizar a obra após a sua morte, em 1983.

No total, ele lançou 15 livros. O último foi Cristina, no qual homenageia a mulher, Cristina Barros Barreto, lançado em edição artesanal de somente 20 exemplares. À mão livre (1979), Duplo cego (1997) e Raro mar (2006) estão entre seus trabalhos.

Em 2023, o autor reuniu sua obra em Máquina de Escrever, e em 2020, ao completar 80 anos, lançou a compilação de poemas feitos entre 2013 e 2019, intitulada Arremate.

Só Prosa, de 2022, surpreendeu seus leitores. A obra traz textos curtos em que ele aborda temas como a formação literária, e a vida no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, onde foi criado.

O poeta conquistou o prêmio Jabuti pelo livro 3x4, de 1986, e o Alphonsus de Guimaraens, categoria de poesia do Prêmio Literário Biblioteca Nacional, por Fio Terra, de 2000.

Também trabalhou como pesquisador na Biblioteca Nacional e na Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), além de assessor na presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Neste momento de pesar, nos unimos a Cristina, com quem Armando era casado, aos dois filhos do casal, Carlos e Maria, familiares, amigos e admiradores de sua obra.