O lendário diretor David Lynch faleceu nesta quinta-feira (16), aos 78 anos. A morte foi anunciada pela família, pelas redes sociais, e rendeu homenagens ao redor do mundo.
Apesar do sucesso no cinema e televisão, com filmes como 'Cidade dos Sonhos', 'Duna' e 'Veludo Azul', além da série 'Twin Peaks' no currículo, foi outra paixão que trouxe Lynch ao Brasil, mais especificamente, a Belo Horizonte. Em 6 de agosto de 2008, o também escritor esteve na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para lançar seu livro 'Em Águas profundas: criatividade e meditação'.
Na ocasião, mais de 700 estudantes acompanharam a fala do diretor, tanto dentro quanto fora do auditório. A presença de David Lynch na UFMG fez parte do evento 'Sentimentos do Mundo', em comemoração aos 80 anos da Universidade, e é lembrada com muito carinho por professores que dividiram a mesa com o ícone mundial.
Bate-papo com estudantes da UFMG
Em um auditório lotado de ouvidos e olhos atentos, David Lynch e conversou com o público e respondeu perguntas seu processo criativo e suas obras, além de falar sobre meditação, hábito que cultivava há mais de três décadas. Também estiveram na mesa a professora Maria Esther Maciel, da Faculdade de Letras (FALE), e o professor Heitor Capuzzo, da Escola de Belas Artes.
Em matéria publicada pela UFMG na ocasião, a universidade divulgou que Lynch falou sobre como busca inspiração em seu processo criativo, e reafirmou sua paixão pela tela grande do cinema. Segundo ele, existe ali um universo paralelo com o som, a luz baixa e o ambiente silencioso.
Há 17 anos, ele também refletiu sobre com o digital estava, na ocasião, substituindo a película no cinema, brincando que não tinha interesse algum em voltar a trabalhar com a 'velha tecnologia'.
“O digital é mais bonito, moderno. O formato antigo produziu muitas coisas espetaculares, de que eu gosto muito, mas ficou ultrapassado. Se eu tivesse que trabalhar com ele de novo, preferiria me matar”, brincou.