A melhor definição sobre o blues talvez tenha sido dada pelo músico Leon Redbone. Nascido no Chipre e criado no Canadá, ele ostentava um chapéu alinhado a seu meticuloso bigode quando costumava dizer, entre amigos, envolto numa névoa de cigarros e acossado pelos choros langorosos de sua guitarra: “O blues é um homem bom se sentindo mal”.

Herdeira da verdadeira lenda B. B. King (1925-2015), a cantora Claudette King, que se apresenta em BH nesta sexta (28), tem uma visão particular e certamente mais mística sobre o tema. Ela recorre a “espíritos de energia que circulam a atmosfera” para falar sobre o blues, e garante que eles se entregam a todas as pessoas que abrem o coração para o ritmo, “com muito amor, felicidade e bons fluidos”.

No repertório da artista, ela não nega que haverá músicas do pai. “Continuar o seu legado e compartilhar boa música com as pessoas é maravilhoso! Tenho orgulho de ser filha do grande B. B. King, espero que as pessoas me aceitem como artista de blues e amem a maneira como entrego a minha arte”, detalha Claudette, que, além do progenitor, também se diz influenciada por nomes como Michael Jackson, Aretha Franklin e James Brown, cujos maiores hits completam a apresentação.

Nascida na região da Baía de São Francisco e hoje residente em Atlanta, na Geórgia, Claudette cresceu cantando em clubes e no coral da Igreja Batista do Reverendo Brown, outro personagem de destaque do imaginário norte-americano e da cultura musical do blues.

“Tenho sido capaz de criar e de ter a minha própria interpretação do blues a partir do amor dos outros e das pessoas à minha volta. Existem tantos artistas que me influenciaram para que eu possa criar um som de R&B, pop, country, e etc. que seja, principalmente, cheio de alma”, sublinha a intérprete, que mantém, como mantra, as ideias de “amor transcendental e boas energias” em suas derradeiras palavras. Afinal de contas, na cadência do bumerangue, o blues é uma mulher negra sentindo-se bem.

Serviço

O quê. “Monka Folia”, com Claudette King 

Quando. Nesta sexta (28), às 21h

Onde. Monka Cervejaria (rua Nossa Senhora de Lourdes, 111, Olhos D’Água)

Quanto. A partir de R$50 no site www.sympla.com.br