A briga entre os irmãos Leandro Emicida e Evandro Fióti, sócios na empresa Laboratório Fantasma, tornou-se pública nos últimas dias e abalou o mundo do rap e, claro, o núcleo familiar dos artistas. Neste domingo (6), Fióti falou sobre a situação com o irmão e negou as acusações de que fez saques indevidos no valor de R$ 6 milhões sem comunicá-lo.
“Não, não fiz. Todas as transferências para ambos os sócios, e a divisão de lucros desses 16 anos, sempre foram feitas seguindo os ritos de governança da área administrativa e financeira. Eu não trabalhei de maneira antiética em nenhuma vez da minha vida", declarou Evandro em entrevista ao "Fantástico".
A situação virou um processo judicial, que é um desdobramento de uma briga antiga. "Quando eu percebi que existia um distanciamento entre nós, foi ali mais ou menos entre 2017 e 2018", contou Fióti.
No entanto, somente no dia 28 de março é que os irmãos tornaram público o racha ao anunciarem que seguiriam caminhos profissionais diferentes a partir dali.
“A partir desta data, Evandro Fióti não representa mais os interesses da carreira artística de Emicida”, diz o comunicado compartilhado pelo cantor nas redes sociais. Enquanto que, do outro lado, Fióti anunciava “uma nova fase de sua trajetória profissional”.
Ao ser questionado se a parceria entre os irmãos acabou, Fióti recorreu à memórias antigas com Emicida: "Eu tenho muita saudade do Leandro que se emocionava quando eu tocava violão. Aquela foi a energia que possibilitou que a nossa família construísse uma empresa para impulsionar os nossos sonhos".
O que aconteceu?
A Laboratório Fantasma, empresa que agencia a carreira de Emicida, foi criada em 2010. Pelo contrato, Leandro, o Emicida, e Evandro, o Fióti, dividiam igualmente a sociedade, cada um detendo 50% da empresa.
Em 2014, houve uma alteração contratual deu a Emicida 90% da empresa principal e 10% para Fióti. Leandro ficou à cargo da administração e os sócios poderiam, em comum acordo, fazer uma retirada mensal, uma espécie de salário.
No entanto, em dezembro, após firmarem um acordo para repartir os bens, Fióti continuou na gestão da empresa, e Emicida, agora sócio majoritário, teria se surpreendido com transferências feitas pelo irmão, que afirma que o rapper tinha conhecimento das das transações.
"Ele foi avisado [da transferência]. Existe um e-mail dentro dos nossos e-mails institucionais e corporativos, existem evidências disso internamente, de que ele sabia", disse Evandro Fióti.
Em vídeo divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, Emicida disse em uma reunião concordar com os saques feitos por Fióti, mas o rapper, em nota, afirmou que o conteúdo foi tirado de contexto e que deixará sua equipe jurídica trabalhar.
"Estou muito triste de ter que passar por tudo isso. Não quero e não vou espetacularizar essa situação, minha família, que eu amo tanto. Peço que meus fãs, amigos e parceiros compreendam este momento difícil. Deixarei que os advogados tratem do assunto daqui pra frente e torço para que nada disse precise continuar acontecendo", disse o rapper na nota.
Fiótia, por sua vez, também deseja resolver tudo em paz: "Eu espero que amanhã, segunda-feira, a gente consiga, primeiro de tudo resolver isso dentro de casa, com os poderes reestabelecidos em uma sociedade que é 50% e 50%. Conosco conduzindo esta situação com ética, de boa-fé juntos, de profissionais de advocacia que respeitem o que é um patrimônio construído com suor, sangue, história e legado negro".