O filme K.O., recém-lançado pela Netflix, marca a estreia do lutador Ciryl Gane como protagonista de um thriller urbano que mistura ação, drama e redenção. Ambientado nos subúrbios de Marselha, o longa propõe uma reflexão sobre culpa, perda e a tentativa de reconstrução pessoal, tendo como pano de fundo um ambiente marcado pela violência e pela marginalização social.

Na trama, Bastien, um ex-campeão de MMA, abandona sua carreira após matar acidentalmente um oponente no ringue. Três anos depois, é procurado pela viúva desse lutador com um pedido inusitado: encontrar o filho desaparecido do casal. A partir daí, o filme conduz o espectador por uma jornada que envolve não apenas perseguições e confrontos físicos, mas também um mergulho emocional em temas como responsabilidade, luto e a figura masculina como cuidador.

Apesar de se estruturar como um típico filme de ação — com sequências coreografadas de luta, antagonistas perigosos e uma missão aparentemente impossível — K.O. tenta se diferenciar ao explorar as emoções do protagonista. A culpa que Bastien carrega não se dissolve com socos, mas se torna o motor de suas decisões. O roteiro propõe que a redenção não venha apenas pela violência bem-intencionada, mas pelo cuidado e pelo afeto que ele desenvolve ao se aproximar do garoto Léo.

K.O. não revoluciona o gênero, mas cumpre bem sua proposta. Ao aliar cenas de ação impactantes a uma trama centrada em culpa e redenção, o filme encontra um espaço entre o entretenimento e a emoção. É uma história que fala sobre reconexão e sobre como até mesmo um homem destruído pode encontrar, em um garoto perdido, um novo sentido para a própria existência.

Você está lendo um conteúdo originalmente publicado no Observatório da TV. Confira mais em: https://observatoriodatv.com.br