Um filme de tirar o fôlego e que resgata o espírito épico do automobismo. Dirigido por Joseph Kosinski e estrelado por Brad Pitt no papel principal, “F1: O Filme” resgata o lado épico do esporte a motor e agrada até quem não é fã de automobilismo. Afinal, a obra, além de bonita, é extremamente didática e cativa o espectador do início ao fim.

Quem for ao cinema, pode esperar um roteiro muito bem amarrado, ótimas interpretações por parte dos atores e participações diretas de pilotos e chefes de equipes. Um filme completo.

Para começar a elencar os pontos positivos, é importante destacar a valorização da F1 nos Estados Unidos. No ano em que ela celebra o seu aniversário de número 75, o filme mantém o papel de popularizar a marca no país norte-americano, que já conta com duas categorias fortíssimas no automobilismo: a Indy e a Nascar. 

Além disso, outro ponto de destaque é a rivalidade entre pilotos de uma mesma equipe sendo apresentada com afinco.

No filme, Brad Pitt interpreta o experiente piloto Sonny Hayes, que é convocado a voltar para a F1, após quase 30 anos, para resgatar a competitividade da APX GP F1 Team, equipe de fundo de pelotão que ainda não tinha pontuado na temporada de 2023.

Com isso, Hayes é confrontado pelo parceiro de escuderia, o promissor Joshua Pearce (Damson Idris). Rivalidade interna que faz menção às históricas “Senna vs Prost”, “Alonso vs Hamilton”, “Hamilton vs Rosberg” e, atualmente, “Norris vs Piastri”. 

Por falar em Ayrton Senna, o espectador ficará inteiramente satisfeito com as várias referências feitas ao ídolo brasileiro. Constantemente, o nome do tricampeão mundial é citado, o que exemplifica o tamanho de um esportista que se tornou maior que a própria F1 e é considerado o principal ídolo do heptacampeão Lewis Hamilton, um dos produtores do filme. Uma obra épica que homenageia um piloto épico.

Além dos pontos negativos, alguns exageros hollywoodianos são notados pelos fãs mais aficionados pela F1. Dificilmente uma equipe de fundo de pelotão irá protagonizar uma recuperação a curto espaço de tempo em uma temporada. Entretanto, a APX rema contra a realidade e segue a cartilha ficcional ao fazer frente a Max Verstappen. O mesmo tetracampeão mundial que, em 2023, protagonizou um dos anos mais dominantes de um piloto na F1: 19 vitórias em 22 GPs.

Além da reação improvável da equipe, Sonny Hayes ingressou na categoria no início dos anos 90. Portanto, imaginemos que o piloto esteja com os seus 50 anos e alguns problemas físicos. Algo raríssimo, para não dizer impossível, na atual F1. Exageros à parte, o filme possui a sua licença poética para trabalhar o lúdico e entreter os cinéfilos.

Para completar, o filme é um presente aos fãs e também agrada os menos entusiastas. Cenas rápidas como o cumprimento dos experientes Sonny Hayes e Fernando Alonso, além da encarada entre Joshua Pearce e Lewis Hamilton, únicos pilotos negros da categoria, dão um ar de representatividade e deixam em êxtase o espectador mais atento. No mais, a F1 precisava de uma obra épica. O universo do esporte a motor agradece.