Irmã da bailarina Wilmára Marliére de Paula, reconhecida pelo Projeto Céu e Terra, que leva aulas de balé para crianças surdas e cegas, em Belo Horizonte, Meriry de Paula abraçou a dança como forma de empoderar as mulheres 50+. Meiry, que é bailarina e fisioterapeuta, levará palco doTeatro Feluma, no dia 28 de junho, 50 alunas de balé, a mais nova delas tem 53 anos, e a mais velha, 78.
As bailarinas irão apresentar o espetáculo “Ecos femininos: Um tributo às suas pluralidades, com 17 coreografias, ao som de vozes femininas que marcaram gerações, entre elas Elza Soares e Rita Lee. Meiry deu início ao Projeto Reabilitação e Ballet há quatro anos.
“Durante muito tempo o balé foi associada à juventude. Quando mulheres com mais de 50, 60 e 70 anos ocupam esse espaço com graça, força, expressão e autonomia, elas desafiam o estereótipo de que envelhecer é sinônimo de declínio e inutilidade. A arte tem o poder de transformar vidas, ela é capaz de transformar olhares e tocar a alma de uma pessoa”, garante.
Cinquenta bailarinas, a mais nova delas com 53 anos de idade e a mais velha, com 78, integram o projeto Reabilitação e Ballet, criado pela fisioterapeuta e bailarina Meiry de Paula, que busca levar saúde física e emocional às mulheres 50+ por meio da dança, além de ajudar no combate ao etarismo. As mulheres irão encenar 17 coreografias inéditas de samba, forró, jazz e dança contemporânea, ao som de vozes femininas que marcaram gerações, entre elas Elza Soares, Rita Lee, Elis Regina e Vanusa.
Diferentemente do balé tradicional, o Reabilitação e Ballet adapta os movimentos às necessidades físicas e capacidades das alunas da terceira idade. O método respeita as limitações naturais do corpo que vai envelhecendo, ao mesmo tempo que estimula força, flexibilidade, além de melhorar marcha, coordenação, equilíbrio etc.
Sobre o fato de escolher o público de mulheres maduras, ela diz que desde de criança teve afeição aos mais velhos. “Nas clínicas onde trabalhei como fisioterapeuta, os idosos demonstravam por mim preferência clara, e eu sentia também um vínculo profundo com eles, era como se fosse o meu propósito manter aquela proximidade”, lembra.
O balé, na visão da fisioterapeuta e bailarina, facilita a inclusão de pessoas idosas na sociedade, contribui para a quebra do preconceito, para a superação de limites, melhora da auto-estima e da autoconfiança, além de auxiliar no tratamento de questões associadas ao processo de envelhecimento.
“Muitas alunas que fazem parte do projeto hoje me procuraram devido à depressão. A dança estimula os hormônios da felicidade”, afirma, lembrando que as aulas funcionam também como um espaço de interação social. “Elas fazem novas amizades, dividem as alegrias e angústias no convívio”.
Serviço
Espetáculo: “Ecos femininos: Um tributo às suas pluralidades”
Dia: 28 de junho
1ª Sessão: 15 horas
2ª Sessão: 19 horas
Local: Teatro Feluma (Alameda Ezequiel Dias, 275)
Ingressos: R$ 60 (inteira); R$ 30 (meia)
Onde comprar: Instagram @reabilitacao e ballet ou na plataforma Sympla.