Lançado em setembro de 2022, o suspense alemão O Perfumista (Der Parfumeur) chegou à Netflix com uma proposta ousada: explorar o sentido do olfato como elemento central da narrativa. Dirigido por Nils Willbrandt, o filme traz uma abordagem moderna e sombria que remete ao universo do clássico “O Perfume: A História de um Assassino”, mas segue sua própria trilha.
A história acompanha Sunny, interpretada por Emilia Schüle, uma detetive que perde o olfato após um trauma. Em paralelo, surge Dorian (vivido por Ludwig Simon), um perfumista obcecado em criar a fragrância perfeita — capaz de despertar o amor absoluto. As investigações de Sunny sobre uma série de assassinatos envolvendo a remoção das glândulas das vítimas acabam revelando uma conexão direta com o misterioso perfumista.
O longa-metragem investe fortemente na estética sensorial, com fotografia intensa, planos fechados e cores saturadas, buscando traduzir visualmente os cheiros e as emoções. A trilha sonora e o design de som complementam a atmosfera tensa, enquanto o enredo mergulha em temas como obsessão, identidade e desejo.
Apesar da premissa intrigante, O Perfumista recebeu críticas mistas. Alguns espectadores elogiaram a performance dos protagonistas e a tentativa de representar o universo dos perfumes de forma criativa. Outros apontaram falhas no ritmo e uma narrativa considerada superficial, especialmente quando comparada à obra literária de Patrick Süskind, que inspirou vagamente o conceito do filme.
Com 96 minutos de duração, o filme é uma experiência interessante para quem busca algo fora do comum no gênero suspense. Embora não alcance a profundidade de outros thrillers psicológicos, O Perfumista se destaca por sua estética ousada e proposta sensorial única — uma adição curiosa ao catálogo da Netflix.
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