O filme Criatura Voraz, título nacional do longa-metragem It Feeds, chegou recentemente ao catálogo do Prime Video, via canal Max, e tem chamado atenção dos fãs de terror por unir elementos sobrenaturais a uma abordagem mais emocional e psicológica. Dirigido por Chad Archibald, conhecido por trabalhos anteriores no gênero, o filme combina sustos com um mergulho profundo em traumas pessoais e familiares. A história gira em torno de Cynthia, interpretada por Ashley Greene Khoury, uma psicóloga que possui dons mediúnicos e consegue acessar os sentimentos mais íntimos de seus pacientes. Quando uma garota perturbada aparece em seu consultório afirmando estar sendo consumida por uma entidade, Cynthia e sua filha, Jordan, embarcam em uma investigação que mistura o terror do desconhecido com a dor das próprias experiências mal resolvidas.
A narrativa se destaca justamente por não se apoiar apenas nos clichês do gênero. Embora a presença da criatura sobrenatural funcione como elemento de tensão, o foco do filme está nas relações humanas e na maneira como o medo pode ser uma manifestação dos próprios traumas. A atuação de Ashley Greene traz credibilidade à protagonista, que oscila entre a racionalidade científica e a sensibilidade espiritual. Ellie O’Brien, como Jordan, também se destaca, trazendo uma camada de vulnerabilidade e força à trama.
Apesar de não agradar totalmente quem busca terror mais explícito ou cenas chocantes, “Criatura Voraz” foi bem recebido por parte da crítica e pelo público que valoriza o terror psicológico. A direção acerta ao criar uma atmosfera densa e incômoda, sem recorrer excessivamente a sustos fáceis. Em vez disso, o filme constrói uma tensão crescente que se sustenta pelo drama pessoal das personagens, deixando o espectador preso à tela mais pela curiosidade e pela empatia do que pelo medo puro e simples.
Com boas atuações, clima sombrio e uma trama que consegue equilibrar o fantástico com o humano, Criatura Voraz é uma adição interessante ao catálogo do Prime Video. Pode não ser o filme ideal para quem busca adrenalina constante, mas entrega uma experiência marcante para quem aprecia histórias que tratam o terror como reflexo da fragilidade emocional e da dor não resolvida. É um filme que convida a olhar para dentro, mesmo enquanto sugere que há algo horrível espreitando do lado de fora.
Você está lendo um conteúdo originalmente publicado no Observatório da TV. Confira mais em: https://observatoriodatv.com.br