O filme Brick, dirigido por Rian Johnson e lançado originalmente em 2005, conquistou um novo público com sua chegada à Netflix. A produção mistura elementos do cinema noir com o universo adolescente, ambientando uma trama policial densa e misteriosa dentro de uma escola de ensino médio. Com diálogos rápidos, atmosfera tensa e estética minimalista, o longa se destaca como uma experiência cinematográfica única.
A história gira em torno de Brendan Frye, interpretado por Joseph Gordon-Levitt, um estudante introspectivo que decide investigar por conta própria a morte de sua ex-namorada, Emily. Determinado a descobrir o que realmente aconteceu, Brendan se infiltra no submundo juvenil de sua escola, enfrentando traficantes, valentões e figuras enigmáticas em uma jornada que lembra os clássicos do gênero policial.
O roteiro se destaca pela linguagem rebuscada, que remete aos filmes de detetive dos anos 1940, mesmo sendo usado por adolescentes em um ambiente escolar moderno. Essa combinação inusitada confere ao longa um tom de estranheza e originalidade, tornando-se uma das principais marcas da obra. A fotografia fria e os planos longos colaboram para construir o clima de tensão que permeia toda a narrativa.
Brick foi um dos primeiros trabalhos de Rian Johnson, que mais tarde dirigiria filmes como Looper e Entre Facas e Segredos. A estreia de Johnson no cinema já indicava sua habilidade em subverter gêneros e propor narrativas não convencionais. Ao revisitar o longa na Netflix, o público tem a chance de conhecer as raízes criativas de um dos diretores mais inventivos do cinema contemporâneo.
A obra pode não agradar a todos por seu ritmo mais lento e diálogos fora do padrão comum em filmes adolescentes, mas é justamente essa ousadia que faz de Brick um título cult e respeitado pela crítica. A presença de Joseph Gordon-Levitt em um papel denso e introspectivo também é um atrativo à parte, marcando uma fase de transição na carreira do ator.
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