O thriller psicológico Os Esquecidos (The Forgotten, 2004), disponível na Netflix, revisita o medo do real e do imaginário ao narrar a história de Telly Paretta, interpretada por Julianne Moore. Um ano após o trágico desaparecimento de seu filho Sam num acidente de avião, Telly mantém viva a memória do menino, mas é confrontada por um diagnóstico surpreendente: todos ao seu redor – até o marido e o terapeuta – afirmam que Sam jamais existiu.
Desde os primeiros minutos, o filme mergulha o espectador numa atmosfera de tensão crescente: objetos que desaparecem, fitas e fotografias sumindo misteriosamente, enquanto a angústia de Telly se intensifica à medida que ela busca provas concretas da existência do filho. A atuação intensa de Julianne Moore, ao lado de Dominic West como Ash Correll – outro “pai” em busca de seu filho – sustenta o suspense e dá profundidade emocional ao enredo.
A força do longa está no suspense psicológico desenvolvido na primeira metade da trama, que prende o público com eficiência. Contudo, a partir da metade, o roteiro adota uma abordagem mais convencional, focando em perseguições e revelações que nem sempre mantêm o mesmo impacto da tensão inicial.
Apesar das fragilidades na reta final, Os Esquecidos provoca reflexões sobre memória, identidade e manipulação da realidade. A trama sugere que, mesmo diante de pressões externas e do apagamento da verdade, a lembrança emocional pode resistir. Para quem aprecia histórias instigantes com clima sombrio e reviravoltas, o filme é uma boa escolha no catálogo da Netflix.
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