Nesta quarta-feira, 9 de julho, é feriado em todo o estado de São Paulo, mas não em todo o Brasil. Isso porque o dia marca a Revolução Constitucionalista, movimento organizado pelo Partido Republicano Paulista (PRP) e apoiado pelo Partido Democrático (PD), em 1932, contra a ditadura do presidente Getúlio Vargas, que governava sem uma Constituição.

A data se tornou feriado no estado em 1997, após a aprovação do Projeto de Lei nº 710/1995 pelo deputado estadual Guilherme Gianetti, sendo considerada por alguns historiadores um orgulho para os paulistas.

Abaixo, confira 7 curiosidades sobre o feriado de 9 de julho!

1. Revolta contra o governo gerava mortes

Em 23 de maio de 1932, aconteceu na cidade de São Paulo uma manifestação contra o governo de Getúlio Vargas. As forças leais do presidente reagiram e mataram quatro estudantes: Mário Martins Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade. A violência contra os manifestantes aumentou o apoio da classe média à causa constitucionalista.

2. Paulistas lutaram sozinhos

No início da campanha, São Paulo contava com o apoio de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Porém, quando o combate começou, os dois estados optaram por seguir o lado varguista. Uma das explicações para essa decisão diz que os estados suspeitavam que os paulistas estavam lutando pela sua independência.

3. Era o povo unido pelo povo

Para que a revolta desse certo, os manifestantes organizaram uma campanha publicitária pedindo o apoio da população. Os mais jovens foram convocados para lutarem nos campos de batalha e as indústrias pararam para produzirem armas. Além disso, o povo foi convocado a doar os seus objetos de valor para custear a causa, dando origem à campanha “Ouro para o Bem de São Paulo”.

Mãos em punhos unidas em um círculo
Os paulistas precisaram se unir para que a Revolução Constitucionalista desse certo (Imagem: afotostock | Shutterstock)

A Revolução Constitucionalista mobilizou cerca de 100 mil combatentes, mas, mesmo com esse esforço, São Paulo foi derrotado pelas tropas federais. Ainda assim, segundo dados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), a maioria das reivindicações foi atendida — entre elas, a nomeação de um interventor civil e paulista e a promulgação de uma nova Constituição em 1934.

5. Alberto Santos Dumont suicidou-se durante a revolução

A região do Vale do Paraíba foi escolhida como um dos principais cenários para o conflito. No local, os revolucionários tentavam resistir às investidas das tropas de Vargas, mas eram atacados por aviões do governo. Quando Alberto Santos Dumont soube que sua criação era usada para matar pessoas, suicidou-se.

6. A revolução foi crucial para a promulgação da Constituição de 1934

Mesmo sendo derrotados militarmente, os paulistas conquistaram importantes avanços políticos. O movimento foi crucial para a redemocratização do país e a promulgação da Constituição de 1934, que restabeleceu o regime constitucional no Brasil.

7. Monumentos e avenidas preservam a memória da Revolução

Apesar da importância da Revolução Constitucionalista para os paulistas, o movimento recebeu pouco destaque na história oficial do Brasil. Isso se deve, em parte, à crença de que São Paulo buscava sua independência ou que o setor industrial pretendia recuperar privilégios perdidos.

Ainda assim, a memória do período permanece viva em diversos monumentos e avenidas espalhados pela capital paulista, como a famosa Avenida 9 de Julho, o Obelisco do Parque Ibirapuera — erguido em homenagem aos combatentes mortos — e a Avenida 23 de Maio, que remete à data em que Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram assassinados.