O fotógrafo Richard Santos pedalava no sábado (6/9), na Praça Raul Soares, no centro de Belo Horizonte, durante o Circuito Urbano de Arte (CURA BH), quando viu a cena perfeita: atletas praticavam highline (uma versão do slackline levada para as alturas) no mesmo momento em que a lua cheia crescia sobre o horizonte. Com a câmera em mãos, ele fez cliques incríveis, em que os atletas parecem estar “interagindo” com o satélite natural da terra.
“Foi um desafio. Eu estava pedalando quando vi a cena. A lua se move rápido no céu, e com a lente de zoom isso fica ainda mais evidente. Ao mesmo tempo, os artistas se deslocavam no fio. Foi como tentar alinhar dois movimentos diferentes em um único instante”, reflete.
Santos já sabia da programação do festival, assim como estava por dentro da fase da lua. Então, o que aconteceu foi “um misto de planejamento e sorte: estar no lugar certo, na hora certa.” “Costumo fotografar a lua em diferentes pontos da cidade e sempre que possível planejo onde ela pode render uma composição interessante”, comenta.
O fotógrafo começou no ofício em 2020 como hobby e de maneira autodidata. A maior parte dos meus registros é de Belo Horizonte. “Eu valorizo a beleza dos momentos, até nos gestos mais simples do cotidiano. Meu olhar busca o sentimento que está ali, muitas vezes invisível, mas presente em cada instante”, conta.
“Essas fotos não são só sobre slackline ou sobre a lua, mas sobre como a arte consegue nos equilibrar entre a cidade e o céu. Fico feliz que tanta gente tenha gostado dos registros”, diz.
E gostou mesmo! Em seu perfil, os elogios às fotos se avolumavam. “Por mim já temos as fotos do ano”, escreveu uma pessoa. “Gente, há tempos não via algo tão bonito! Parabéns e obrigada!”, comentou outra.
Andando nas alturas
O Highline Feelings tomou o horizonte da capital mineira neste sábado e domingo, desafiando atletas a caminhar sobre uma fita a mais de 70 metros de altura durante mais uma edição do tradicional Festival CURA, de cultura, artes urbanas, visuais e performance.
No sábado, os atletas atravessaram três linhas ligadas a três prédios no entorno da Praça Raul Soares, com extensões de 120 metros, 165 metros e 220 metros, todas a cerca de 70 metros de altura. Para atravessar, os atletas são equipados com mecanismos de segurança que impedem a queda em caso de desequilíbrio.
Com Raíssa Oliveira
Todas as fotos desta matéria são de Richard Santos/@richard.snt