Olhares curiosos se erguiam contra o sol forte na Praça Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte, neste sábado (6/9), para admirar um ato de coragem e ousadia. O Highline Feelings tomou o horizonte da capital mineira mais uma vez, como na Virada Cultural, desafiando atletas a caminhar sobre uma fita a mais de 70 metros de altura durante mais uma edição do tradicional Festival CURA, de cultura, artes urbanas, visuais e performance.
Na essência, o highline é uma versão do slackline levada para as alturas, na qual os atletas caminham sobre uma fita esticada entre prédios ou penhascos. Para atravessar, eles usam equipamentos de segurança que ajudam a manter o equilíbrio entre coragem e habilidade.
Aos olhos de quem observa, caminhar sobre uma fita a dezenas de metros de altura beira a insanidade. Mas, na visão do atleta Erick Augusto, de 42 anos, com 13 anos de experiência, o highline se baseia em treino, concentração e administração do medo. “Entra o fator mental, de assimilar estar em um espaço vazio, administrar o medo e a ansiedade para andar da mesma forma que você andaria no slackline”, avalia.
Confira o momento da travessia:
Olhares curiosos se erguiam contra o sol forte na Praça Raul Soares, no Centro de Belo Horizonte, neste sábado (6/9), para admirar um ato de coragem e ousadia. O Highline Feelings tomou o horizonte da capital mineira mais uma vez, como na Virada Cultural, desafiando atletas a… pic.twitter.com/NGdokUkeVV
— O TEMPO (@otempo) September 6, 2025
Neste sábado, os atletas atravessaram três linhas ligadas a três prédios no entorno da Praça Raul Soares, com extensões de 120 metros, 165 metros e 220 metros, todas a cerca de 70 metros de altura. Para atravessar, os atletas são equipados com mecanismos de segurança que impedem a queda em caso de desequilíbrio. “É um esporte extremamente seguro, tudo é feito com padrões de segurança de trabalho em altura. A gente se capacita para isso. Usamos recursos inclusive para montar a linha do highline”, garante Augusto.
Nas redes sociais, os vídeos de atletas do highline são invadidos por comentários de quem desaprova a prática. O atleta se diz acostumado com as falas. “São as mais variadas perguntas. Perguntam se é seguro e a gente confirma, mas sempre chega naquele ponto: ‘E a mãe de vocês, e a família de vocês?’. É claro que eles se preocupam, querem nosso bem, mas sabem que é o que amamos fazer e para o que nos capacitamos. Então resta a eles rezar e confiar na gente”, garante.
Para aqueles que admiram o esporte e querem se aventurar em voos mais baixos, a 8ª edição do Festival CURA oferece oficina de slackline no mirante da Praça Raul Soares.