Bala Desejo traz turnê de despedida do disco ‘Sim, Sim, Sim’ para BH

Algumas pessoas parecem ter sido pegas de surpresa quando o Bala Desejo anunciou uma turnê de encerramento. Houve quem acreditasse que os shows - que tiveram início em Brasília e passam por outras capitais brasileiras, inclusive Belo Horizonte, nesta sexta-feira (23) - marcariam o fim da banda. Mas a turnê, na verdade, marca o encerramento de “Sim, Sim, Sim”, álbum que deu início ao Bala Desejo e que rendeu ao grupo o Grammy Latino em 2022.  “A banda não terminou”, garante Julia Mestre. E para deixar claro isso, o grupo até “desenhou” a explicação com uma postagem nas redes sociais. 

Mas a despedida, de fato, acontece. Pelo menos ao longo da turnê. E, segundo Zé Ibarra, ela é necessária e faz sentido, já que o álbum foi gestado e produzido durante a pandemia da Covid-19. “Há dois anos temos falado sobre ele, são dois anos estando no mundo, vivendo, curtindo, depurando, esse álbum. Agora o tema já mudou, então a gente precisa de um novo projeto, quiçá, para voltar a trabalhar. Porque é isso, o álbum é reflexo do tempo e ele passa. A gente tem que ir para frente”, argumenta Zé Ibarra.

O ir para frente, pelo menos por enquanto, será de forma individual. A pausa no Bala Desejo acontece para que o grupo toque os projetos individuais, trabalhos que já se iniciavam bem antes de que a banda fosse gestada. Mas depois de uma experiência como a vivida pelos músicos, o Bala continua sendo carregado por cada um dos integrantes, independente dos caminhos que eles sigam. “Acho que posso falar por mim, mas também falo por todos. [O Bala Desejo me deu] um aprendizado de palco, de música, de trabalho coletivo, de amizade que me vejo levando para muitos outros lugares”, diz Dora Morelenbaum.

“Acho que o Bala colocou a gente num lugar profissional maior do que a gente estava antes. Então os aprendizados estão por todos os lados. Na hora de construir um show, na hora de decidir as músicas, na hora de arranjar, de escolher as pessoas que vão participar daquele projeto, na hora de comunicar, de dar uma entrevista entender, de viajar, de entender como é essa vida louca de artistas, músicos e pessoas que trabalham nessa produção de entretenimento constante. A gente aprendeu muito nesse tempo e individualmente todo mundo leva muitas camadas para casa, seja para fazer um álbum individual seja, como no meu caso, para fazer minha produção com outras pessoas ”, reforça Lucas Nunes. 

Todo esse aprendizado conquistado ao longo dos últimos dois anos, o público belo-horizontino confere em um show com ares de inédito. “É a nossa primeira vez tocando com o Bala Desejo no Palácio das Artes, que para mim é um dos teatros mais importantes do Brasil”, conta Lucas Nunes. “A gente preparou algumas coisas novas, surpresas para vocês. E estamos muito animados para fazer mais uma apresentação do ‘Sim, Sim, Sim’ em BH, nesse lugar tão icônico”, completa.

A experiência de subir no palco do Palácio das Artes também traz outras camadas ao show. “O ambiente influencia muito na performance, a gente fica sentindo ao longo do espetáculo as sensações que estão acontecendo. Não só a gente, mas o público também. E no teatro tem uma iluminação que pode criar um clima muito específico, você se sente como um ator daquele clima, então você se inspira com aquele negócio e entra numa persona. Existe uma sofisticação”, explica Ibarra. 

A apresentação na capital mineira ainda adiciona um clima especial ao espetáculo. “A gente adora tocar em Belo Horizonte, é sempre uma energia muito boa. Caetano já falava: Belo Horizonte tem o público mais musical que existe. É sempre uma resposta muito bonita a que temos aí”, afirma Mestre.

Serviço
O quê: Bala Desejo
Quando: sexta-feira (23), às 21h
Onde: Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537, Centro)
Quanto: A partir de R$ 40