ARTES VISUAIS

CâmeraSete abre exposição de fotografias de 23 artistas paraenses

Com curadoria de Rosely Nakagawa, mostra reúne cerca de 80 imagens de duas gerações

Por Paulo Henrique Silva
Publicado em 16 de agosto de 2023 | 07:00
 
 
 
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A exposição “Um País Chamado Pará”, que será aberta nesta quarta-feira na CâmeraSete — Casa da Fotografia de Minas Gerais, une dois extremos: a tradicional escola de fotógrafos do Estado, fruto de um constante estímulo à produção autoral local, e as novas gerações que não se contentaram com o papel, levando as imagens para outros suportes.

“As artes visuais no Pará são muito especiais, assim como a cultura em geral, mostrando uma grande efervescência. A fotografia ganha maior difusão porque é mais fácil de ser divulgada, podendo ser divulgada na internet sem qualquer perda”, analisa a curadora Rosely Nakagawa, que vem acompanhando a cena artística do estado desde o meio da década de 1980.

No caso da fotografia, uma das primeiras investidas de Rosely foi em 2004, quando montou uma exposição com trabalhos dos anos 80 e 90 no Masp, em São Paulo. “Um País Chamado Pará” é uma espécie de desdobramento dessa garimpagem, juntando às obras antigas alguns trabalhos feitos recentemente, em suportes, como foto-esculturas, pinholes, vídeos e videomapping.

“O fotógrafo Gui Veloso me desafiou a fazer que um projeto que oferecesse uma atualização, pegando de 2000 em diante. Depois resolvemos juntar o que essa geração dos anos 80 está realizando hoje em dia e também os novos artistas que apareceram e colocaram a fotografia em novas mídias”, assinala a curadora, que contou com projeto expográfico de Flávio Franzosi.

As obras são assinadas por Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Betania Barbosa Marajó, Claudia Leão, Dirceu Maués, Elza Lima, Emídio Contente, Flavya Mutran, Guy Veloso, Ionaldo Rodrigues, Irene Almeida, Jorane Castro, Mariano Klautau Filho, Miguel Chikaoka, Orlando Maneschy, Octavio Cardoso, Patrick Pardini, Paula Sampaio, Rafael da Luz, Suely Nascimento, Wagner Almeida, Walda Marques e Yan Belém.

O nome da mostra tem uma explicação  histórica. Antes de virar um dos estados da região Norte, Grão-Pará chegou a lutar por sua independência, num movimento chamado Cabanagem, entre 1835 e 1840. O ciclo da borracha, no final do século 19, foi fundamental para o seu desenvolvimento econômico.

“A partir daí  as artes no Pará vivenciaram um momento de sofisticação muito grande. Mas antes mesmo da chegada dos europeus já havia uma história muito rica de mais de 50 mil anos com a arte dos povos originários, reunida no museu Goeldi, em Belém”, registra.

A exposição é inédita e prosseguirá na Câmara Sete até 30 de setembro, partindo para São Paulo, onde as cerca de 80 imagens ganharão as paredes da Panamericana Escola de Arte e Design. Na capital mineira, será acompanhada de várias palestras dos fotógrafos participantes, como Guy Veloso e Mariano Klautau Filho.

SERVIÇO

O que. Mostra fotográfica “Um País Chamado Pará”
Onde. CâmaraSete — Casa da Fotografia de Minas Gerais (Avenida Afonso Pena, 373 — Centro)
Quando. De amanhã até 30 de setembro, de 9h30 às 21h. Abertura hoje, às 19h.
Quanto. Entrada franca.

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