Uma homenagem à história e à diversidade cultural de Belo Horizonte, cidade foi transferida da antiga Vila Rica para o traçado urbanístico de Aarão Reis em 1897, o artista plástico Carlos Bracher está criando um painel instalação de 15 metros de largura por 3 metros de altura, que será exposto permanentemente na capital mineira.
Além da concepção do painel, que tem formato tríptico, é composto por duas telas laterais de 5 metros de largura cada e uma tela central de 7 metros de largura, o projeto intitulado “Belo Horizonte, Cidade da Cultura – Pampulha, Patrimônio Cultural da Humanidade” inclui o registro de todo o processo criativo, que vem sendo documentado em fotos e vídeos a serem exibidos em um documentário na entrega oficial da obra, no dia 31 de outubro, em uma cerimônia aberta ao público.
Para este trabalho, o artista utiliza diferentes técnicas, como pintura, escultura, plotagem de textos, vídeos e música, para criar um cenário tridimensional que retrata o caráter dinâmico e multicultural de BH. A obra convida o espectador a percorrer todo o painel de forma lúdica e interativa, compreendendo as etapas e os personagens que foram determinantes na história da cidade.
Conexão Ouro Preto - BH
O processo de produção da obra teve início em Ouro Preto, onde Carlos Bracher reside, e será finalizado em Belo Horizonte, onde ele nasceu. Com isso, ele reafirma sua paixão por estas duas cidades, que abrigam suas moradas.
O artista pretende reverenciar grandes personagens da história de Minas e do Brasil, como os inconfidentes e seu grande mártir, o Tiradentes. Em 1924, Ouro Preto, considerada como o berço de Minas e da liberdade, foi palco de um célebre encontro dos Modernistas na cidade, atraindo nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, além do suíço francês Blaise Cendrais.
No painel de Bracher, há espaço para uma conexão imaginária entre as montanhas de Ouro Preto e os personagens da nova capital, reverenciando a nova geração de poetas e intelectuais que fizeram história na cidade, incluindo nomes como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Abgar Renault e Emílio Moura, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino, Murilo Rubião, Roberto Drummond, Afonso Ávila, Rui Mourão, entre outros.
Belo Horizonte: uma cidade de vanguarda e diversidade
A obra de Carlos Bracher não só homenageia a história de Belo Horizonte, mas também evidencia o seu papel de vanguarda e diversidade na cultura brasileira. A cidade, que nasceu sob o signo da modernidade, foi palco de importantes movimentos artísticos e culturais, que contaram com a participação de grandes nomes da arquitetura, das artes plásticas, da música, da literatura e do cinema.
Um dos marcos dessa vanguarda foi a gestão do jovem prefeito Juscelino Kubitschek, que contratou Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, João Ceschiatti, Burle Marx, Athos Bulcão para edificarem o Complexo da Pampulha, um conjunto arquitetônico inovador e ousado, que rompeu com os padrões estéticos da época e se tornou um símbolo da cidade. Kubitschek também trouxe Guignard para a Escola de Artes; o maestro belga Arthur Bosmans e Curt Lange para montarem a Orquestra Sinfônica de Belo Horizonte; e incentivou a produção cinematográfica local.
Ainda no campo da arquitetura, a cidade ainda conta com inúmeras outras referências importantes, como Praça da Liberdade com seus prédios neoclássicos; o Palácio das Artes; o Cine-Theatro Brasil Vallourec; o Parque Municipal, os edifícios em estilo art decó, além do famoso Edifício Niemeyer, também na Praça da Liberdade. Esses espaços abrigam diversas manifestações culturais, como exposições, espetáculos, festivais e feiras.
O grande painel de Bracher ainda reserva espaço para retratar a nossa estreita relação com a gastronomia, com a moda e também com os esportes. A cidade é conhecida pela sua culinária típica, que mistura influências indígenas, africanas e europeias, e que se destaca pelo uso do queijo minas, do pão de queijo, do feijão-tropeiro, do frango com quiabo e da cachaça. A moda também é uma expressão da criatividade e da identidade dos belo-horizontinos, que se inspiram nas cores e nas formas da natureza e da cultura local. Os esportes também fazem parte da vida da cidade, que é sede de dois grandes clubes de futebol: o Atlético Mineiro e o Cruzeiro.
SERVIÇO:
O quê. Carlos Bracher dá continuidade à produção do painel “Belo Horizonte, Cidade da Cultura – Pampulha, Patrimônio Cultural da Humanidade”, com série de performances live-painting na Pampulha
Quando. Nesta quinta-feira (26), a partir das 13h
Onde. Área externa da Igreja São Francisco de Assis (Av. Otacílio Negrão de Lima, 3.000, Pampulha)
Quanto. Entrada Franca