Nos primeiro segundos de "Oração 18 (pra viver junto)", que já está em todas as plataformas, ouve-se o encontro do oboé de Rosana Guedes com a flauta da Karina Neves. Em seguida, o violão de aço de Luiza Brina encontra as cordas dos violinos de Joanna Bello, Laura Von Atzingen, Jovana Trifunovic e Tatiana Martins, e das violas de Ana Calina e Kamila Druzd.
O encontro permanece central nos primeiros versos: a estrela noturna com a luz matutina, o senhor com a chegada da manhã, a lua com o sol, o amor com o sexo. A narrativa gira em torno do encontro, mas é sobre a certeza de si como indivíduo (pra viver junto é preciso poder viver só, canta na primeira linha do refrão) que versa o primeiro single do novo e aguardado disco de Luiza Brina.
Com letra, melodia e arranjo de Luiza, e co-produção musical da artista ao lado de Charles Tixier, "Oração 18 (pra viver junto)" abre caminho para a chegada de "Prece", quarto álbum de inéditas de Luiza Brina, e firma seu lugar para além do canto e da composição, projetando a artista como uma das principais arranjadoras de sua geração e uma das produtoras musicais de maior destaque dentre seus pares. O single, assim como o disco, chegam através do selo dobra discos, sob patrocínio da Natura Musical por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
Com arranjo orquestral apoiado principalmente nas cordas e nas percussões sinfônicas e populares pensadas por Luiza Brina para 19 instrumentistas, e processamento eletrônico mais denso conduzido por Charles Tixier, o single ressoa a contemporaneidade da canção pop brasileira.
Na letra, que cresce junto da harmonia e do arranjo, a reflexão amorosa central da artista surge em versos como "Pra viver junto é preciso poder viver só", refrão engrandecido por tímpanos amplificados pelos timbres de Charles Tixier, ecoando também Marcos e Paulo Sérgio Valle (Eu preciso aprender a ser só) e Gilberto Gil (Eu preciso aprender a só ser), e até Roland Barthes (Como viver junto). Luiza Brina elabora questões amorosas individuais que podem perfeitamente ecoar no coletivo enquanto tece caminhos únicos para sua música, com arranjo e produção muito próprios do vocabulário musical que desenvolveu ao longo de seus álbuns.
“Algumas das orações do disco foram compostas a partir de elaborações que fiz durante meu processo de análise. Essa é uma delas”, comenta a artista.
A capa de "Oração 18 (pra viver junto) traz foto da premiada artista visual Daniela Paoliello. Já as fotos de divulgação são do elogiado fotógrafo Sillas H. Entre elas, cria-se uma oposição entre o mergulho fundo, feito para se encontrar, e a rede, representada pelos cabelos da artista dispostos em teia, que traduzem o ato de se emaranhar ao outro. Juntos, as imagens dão firmeza visual ao contexto da música.
Um dos expoentes da canção contemporânea brasileira, Luiza Brina é cantora, compositora, arranjadora, produtora musical e multi instrumentista. Em carreira solo, tem três álbuns lançados, o mais recente deles – Tenho Saudade Mas Já Passou – eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) um dos 50 melhores de 2019.
Com turnês no Brasil e na Europa, seus discos também foram lançados no Japão, através do selo Impartmaint Inc. É compositora que soma parcerias diversas, tendo feito canções ao lado de Ronaldo Bastos, Ceumar, Thiago Amud, Teago Oliveira, Arthur Nogueira, Julia Branco, Chico Bernardes e Vovô Bebê, entre outros, e gravado suas músicas com artistas como Fernanda Takai, Tuyo, Josyara, entre outros. Em 2024, lança seu novo álbum, Prece, através da Natura Musical, pelo selo dobra discos.