Artes cênicas

Com Cláudia Abreu e Leandra Leal, 'PI: Panorâmica Insana' chega a BH

Espetáculo, que fica em cartaz no Sesc Palladium sábado (23) e domingo (24) faz um painel irônico do mundo contemporâneo, criticando questões que afetam a vida de muitas pessoas

Por Renato Lombardi
Publicado em 22 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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Onde estamos? Para onde vamos? É possível alterar o futuro da humanidade? Ou o desastre é inevitável? Esses são alguns dos questionamentos levantados pelo espetáculo “PI: Panorâmica Insana”, que fica em cartaz no Grande Teatro do Sesc Palladium, em Belo Horizonte, sábado (23) e domingo (24), dentro do Festival Teatro em Movimento. 

A montagem, que tem direção e concepção de Bia Lessa, retorna aos palcos na capital após um curto hiato – ela estreou em 1º de junho de 2018 em São Paulo, onde ficou em cartaz até 29 de julho. O elenco continua o mesmo: Cláudia Abreu, Luiz Henrique Nogueira (os dois idealizadores do projeto), Leandra Leal e Rodrigo Pandolfo. No palco, eles vivem diversas personagens e traçam um painel irônico do mundo contemporâneo. Questões sobre o indivíduo, a civilização, a sexualidade, a política, a violência, a miséria e a riqueza, entre outros assuntos, são abordadas pelo grupo. 

“O espetáculo é uma mistura de tanta coisa… Acho que cada ator faz quase 70 personagens. Então, tem muita gente ali que eu vi, que está comigo, que serviu de inspiração. Tem muita coisa. Não tem jeito, ele também é fruto da nossa vivência”, explica Leandra Leal.

Ela define “PI” como um espetáculo frenético. Afinal, durante uma hora e 20 minutos, ela e os colegas de cena trocam de roupa no palco, na frente do público. As peças, por sinal, fazem parte do cenário – mais de 11 mil são espalhadas pelo espaço. “Esse cenário vai se transmutando também. Ele pode ser um deserto, um lixão, um parque… muda de acordo com a cena. E os personagens vão surgindo dessas roupas. A gente pega uma peça, veste e vira um personagem”, completa a atriz.

Bia Lessa, diretora de “PI”, conta que a ideia, ao espalhar essas roupas, é de levar para o palco “uma quase não cenografia”. “É um mar de roupas usadas. O que me interessava ali era ter pessoas. Afinal, aquelas roupas já viveram coisas, elas já passaram pela vida de muitos indivíduos. E o que a gente está fazendo ali é falando desses indivíduos”, pontua. 

Para Bia, todos esses elementos fazem com que o espetáculo dialogue com a nossa realidade e, por isso, se faz “necessário estar em cartaz”. “Eu acho que nesse momento político que nós estamos vivendo, não só no Brasil, mas no mundo, é fundamental que haja ação, não apenas reflexão, e é isso que ‘PI’ faz”, afirma.

Reconhecimento

“PI: Panorâmica Insana” foi eleito o melhor espetáculo de 2018 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). 

“Para mim, é algo muito feliz. A gente conseguir voltar com ele em cartaz agora e está sendo algo, pra mim, muito positivo. Acho que tem gente que quer ver sempre, o mundo tem muita gente, graças a Deus”, observa Leandra.

Depois da capital mineira, o espetáculo será apresentado no Festival de Teatro de Curitiba e também no Rio de Janeiro. A pretensão do grupo é sair em turnê pelo país. “Não temos patrocínio ainda, mas esse é o nosso desejo”, finaliza a atriz.

 

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