Gilda Mattoso conversa com o público no Grande Hotel Ronaldo Fraga

A "culpa" pode ser colocada na conta do estilista Ronaldo Fraga. Foi em 2019 que, num encontro informal, o criador mineiro se deliciou de tal forma com os casos contados pela assessora de imprensa Gilda Mattoso que não se furtou a sugerir: "Por quê você não monta um talk show para dividir essas histórias com mais pessoas?". Desafio aceito, Gilda não viu lugar melhor para estrear o projeto do que a própria capital mineira, terra do amigo. O feedback aferido a incentivou a seguir em frente, o que fez até uma certa pandemia entrar em cena. Com a recente flexibilização, ela decidiu retomar a iniciativa - e, mais uma vez, a estreia (dessa segunda fase) terá Belo Horizonte como ponto de partida e acontece nesta sexta-feira (18), no Grande Hotel Ronaldo Fraga, no Funcionários. 

Depois da citada primeira apresentação inicial por aqui, Gilda já havia passado com o projeto por Niterói, além de ter sido convidada para fazer uma temporada no Dumont Arte Bar, na Gávea, Rio de Janeiro, interrompida justamente pela chegada do novo coronavírus. "Foi uma pena. Na segunda apresentação, já teve gente que teve que voltar da porta", lembra. 

O talk show tem uma duração estimada de 1h10, limite para além do qual ela acha que ficaria cansativo. Quem segue a trajetória de Gilda Mattoso sabe que histórias para contar, ela tem de sobra. Desde nova, Gilda entrou com o pé direito no circuito das celebridades, principalmente ligadas à arte. Registre-se, ainda, o período em que passou cinco anos na Europa, tendo, em Londres, trabalhado numa loja badalada da fervilhante Bond Street, onde atendeu ícones como Ava Gardner e Fred Astaire, entre outros não menos importantes. No circuito musical, adentrou pelas mãos do produtor italiano Franco Fontana, responsável por levar grandes nomes da MPB para se apresentar por lá.

Fato é que, se resolvesse relembrar todas as histórias interessantes de sua vida, certamente seria um encontro com o público sem hora para terminar. Não bastasse, além da matéria-prima ela conta com um tempero poderoso: "Sou boa imitadora. Os casos que se passaram em Portugal agradam muito, assim como quando imito os baianos", diz ela, que, dispensável dizer, é fiel escudeira de Gilberto Passos Gil Moreira há anos. 

Com ele, aliás, no final do ano passado viajou em turnê pela Europa, tendo Adriana Calcanhotto na abertura. Ressalte-se que se o controle da pandemia seguir no ritmo esperado - não obstante a variante ômicron -,  este ano, outra agenda no Velho Mundo será cumprida. "Mas também vamos retomar a agenda de shows no Brasil, inclusive com parada em BH", promete.

Nos intervalos, o talk show deve ser mantido. Muitas das histórias por ela contadas ao vivo já foram compartilhadas no livro "Assessora de Encrenca", lançado em 2006 e hoje fora de catálogo. Aliás, a boa notícia é que, em breve, a obra será reeditada, após passar por uma revisão. Perguntada sobre o caso que mais provoca reações na plateia, ela de pronto decide por um envolvendo um grande nome da MPB pela Itália, mas o relato é logo interrompido. "Ah, não quero que ninguém leia antes (para preservar o fator surpresa)", desculpa-se, simpática. Ao fim, acaba revelando um caso curto relativo a Vinicius de Moraes, com quem foi casada. "Ele sempre confundia o nome das cidades nas quais se apresentava. Uma vez, estava em Bolonha e, ao fim, agradeceu a acolhida das pessoas de Florença - agora veja, cidades rivais", ri.

De todo modo, é pouco provável que, se revelasse um dos casos que estarão no roteiro da conversa, Gilda tiraria o prazer do espectador que for a seu encontro nesta passagem por BH. "Eu sou muito falante, às vezes, deliro. Começo um caso, daí pego um atalho, vou para outro...", diverte-se. 

Serviço
O quê: Talk show com Gilda Mattoso
Onde:: Grande Hotel Ronaldo Fraga (Rua Ceará 1.205, Funcionários)
Quando:  18/02 (sexta-feira): 19 h
Quanto: R$ 70