Tratar assuntos sérios com bom humor é uma das especialidades da dupla Hot e Oreia. Aos 27 anos e sucesso no streaming com o álbum de estreia "Rap de massagem (2018)" -, os mineiros acabam de lançar o novo disco, "Crianças selvagens", que está concorrendo com o clipe "Eu vou" no prêmio MTV Miaw, que acontece nesta quinta-feira (24). A dupla enfrenta na categoria "Clipão da Porra" Manu Gavassi, Ana Vitória, Ludmilla e Pablo Vittar. A edição 2020 da premiação terá shows de Pedro Sampaio, Pocah, Tati Zaqui, Djonga, Luan Santana e Agnes Nunes. Já a apresentação do evento ficará por conta de Bruna Marquezine e Manu Gavassi.

"É a primeira vez estamos concorrendo a um prêmio dessa dimensão. É muito legal também ver Belo Horizonte e Minas Gerais em peso nessas premiações. É uma honra para nós estar concorrendo em uma premiação junto com o Djonga e o Lagum, mesmo que em outras categorias. Acho que é um marco para cena cultural de Belo Horizonte estar em alta assim. Claro que nunca estamos satisfeitos e queremos sempre mais, mas é muito mais do que prêmio, é o reconhecimento do trabalho", conta Hot, que já prometeu aos fãs no Twitter que se ganharem o prêmio vão fazer uma turnê de shows gratuitos em Belo Horizonte.

Nascido em berço artístico, Hot, neto de Álvaro Apocalypse, fundador do grupo de teatro de marionetes Giramundo, foi criado no bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte. Já Oreia, que ganhou o apelido por causa das orelhas de abano, nasceu em Medina, no Vale do Jequitinhonha. A dupla, que como muitos rappers começou nas batalhas de MCs, alia o protesto do rap com o bom humor. Em suas letras, os mineiros se preocupam em abordar temas contemporâneo, como educação sexual, respeito às religiões afro-brasileiras e às minorias.

Com direção de Daniel Ganjaman, o segundo álbum da dupla traz dez faixas produzidas por Rafael Fantini e beats do Tropikilaz, Vhoor, Coyote e Deekapz. O novo trabalho conta ainda com as participações de Black Alien e Naty Rodrigues, além de samples com a voz de Caetano Veloso. Já o clipe "Eu vou" tem a participação de Djonga e traz paródias de cenas do filme “O Auto da Compadecida” (2000), de Guel Arraes, inspirado na obra de Ariano Suassuna. A letra fica por conta de críticas ao governo Bolsonaro.

"Acho que o rap estava um porco perdendo o foco. Não tem problema falar de festas ou outros assuntos, mas é preciso resgatar de onde o rap nasceu, por isso, não tem como desgrudar de política e de todos os movimentos sociais", reforça Hot.

Premiação
As votações estão abertas e podem ser feitas pelo site do prêmio MTV Miaw e pelo Twitter, utilizando a tag #PremiosMTVMIAW e a hashtag com o nome do indicado, no mesmo tuíte.