Artes

Inhotim estuda reabertura, mas protocolos ainda são desafio

Complexidade das instalações do museu exigirá regras diferenciadas para cada espaço

Por João Renato Faria
Publicado em 11 de agosto de 2020 | 12:32
 
 
 
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Após quase cinco meses de portas fechadas, o Instituto Inhotim, em Brumadinho, na região metropolitana, já planeja sua reabertura para o público. Ainda não há uma data para que o espaço receba visitantes, mas os protocolos sanitários começaram a ser definidos na última semana, com a ajuda do infectologista Carlos Starling, que faz parte do comitê de enfrentamento à Covid-19 montado pela prefeitura de Belo Horizonte. 
 
A complexidade das instalações do museu, porém, são o grande desafio para a equipe que estuda a volta dos turistas ao local, fechado desde 18 de março. Segundo Starling, os protocolos estão sendo avaliados junto à equipe do Inhotim. “É necessária toda uma investigação sobre o funcionamento de cada espaço”, explica. 
 
“O Inhotim é totalmente diferente dos outros museus do mundo, com uma imensa área aberta e muitas particularidades. Tem pavilhões com interação com o público, outros não. Cada espaço terá regras de uso diferentes”, completa Starling. 
 
Segundo o diretor-Presidente do Instituto Inhotim, Antonio Grassi, o objetivo é deixar o espaço apto a receber visitações assim que forem liberadas pelas autoridades. “Estamos dependendo de orientações das áreas de saúde para a reabertura,  a situação das instituições culturais são todas muito complexas neste momento”, conta. “Estamos trabalhando sobre essas datas, mas ainda não temos nenhuma definição”, afirma Grassi. 
 
Por meio de nota, o museu afirma que a reabertura só ocorrerá quando houver um “consenso entre os órgãos oficiais de saúde e turismo, que determinará quando for seguro para funcionários, visitantes e moradores de Brumadinho”.
 
Turbulências

As restrições impostas pelo novo coronavírus se somam às outras dificuldades que, nos últimos três anos, interferiram no funcionamento do Inhotim. Em 2018, um surto de febre amarela fez o museu exigir o cartão de vacinação dos turistas. Já em 2019, o rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, fez o número de visitantes despencar – mesmo com o Inhotim estando a uma distância segura do local da tragédia que deixou 259 mortos e 11 desaparecidos. 
 
Entre maio e junho, o Inhotim demitiu 84 funcionários. Também por meio de nota, o museu afirma que priorizou a manutenção dos postos de trabalho de moradores de Brumadinho e dos que têm salários menores. Segundo o espaço, 74,5% do quadro de empregados é composto por moradores da cidade da região metropolitana, e 75,6% é composto de salários de pessoas em situação vulnerável. “É com eles nosso compromisso maior, e é pelo bem-estar deles que Inhotim zela para passar pelo cenário de pandemia gerando o menor prejuízo possível”.
 
Mesmo diante dos cortes, o Inhotim afirma que ainda é “uma das instituições culturais que mais emprega no país, gerando 351 empregos diretos”. Destes, 212 são funcionários administrativos, que estão em trabalho remoto. Os 139 empregados necessários para a manutenção do espaço estão trabalhando em revezamento e escalas reduzidas. O instituto afirma ainda que nenhum dos seus funcionários teve Covid-19 até agora.

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