Arte

Inhotim vê saldo positivo em 2023 e mira consolidação em 2024

Museu comemora números e anuncia mudança em sua gestão

Por O TEMPO | ENTRETENIMENTO
Publicado em 18 de dezembro de 2023 | 16:15
 
 
 
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Maior museu céu aberto e jardim botânico da América Latina, o Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), avalia ter chegado ao fim de 2023 com saldo positivo, marcado pelo aumento do público, da gratuidade, da diversidade artística e da atuação educativa e ambiental.

Para 2024, o equipamento promete uma programação intensa e variada, que será anunciada em janeiro, e comunica uma mudança na sua gestão, incluindo a nomeação de uma nova diretora-presidente: a partir do próximo ano, o posto, que anteriormente foi ocupado por Lucas Pessôa, será assumido por Paula Azevedo.

Crescimento de público

Por meio de nota, o Inhotim informa que, em 2023, recebeu cerca de 560 mil visitantes, um aumento de 43% em relação a 2022. Desse total, 28% tiveram acesso gratuito ao parque, um salto de 512% em comparação ao ano anterior. Vale lembrar que, em outubro, o equipamento alcançou a marca de 4 milhões de visitantes desde a sua inauguração, em 2006.

Diversidade artística

Na frente artística, o Inhotim inaugurou uma galeria dedicada a uma artista consagrada: Yayoi Kusama, que criou obras imersivas e psicodélicas. Além disso, o Inhotim realizou sete exposições temporárias que integraram o Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, em parceria com o Instituto de Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros (Ipeafro). O equipamento também comissionou seis trabalhos artísticos de artistas contemporâneos, instalados em diferentes espaços do parque.

Educação e meio ambiente

Na área de educação, o Inhotim criou a Diretoria de Educação, cujo objetivo é fortalecer as ações educativas do museu, ampliando o diálogo com os públicos, as comunidades e os territórios. 

Na área de meio ambiente, o equipamento destaca que, cumprindo sua missão como Jardim Botânico, desenvolveu importantes ações de pesquisa e educação ambiental, recebendo o I Congresso Nacional de Jardins Botânicos, um encontro entre instituições de todo o país para discutir seus papéis na construção de cidades sustentáveis e trocar experiências sobre gestão de coleções botânicas. O lugar também sediou o 1º Encontro Brasileiro de Palmeiras, visando dialogar sobre diversidade, conservação e paisagismo, tendo como ponto de partida a família botânica mais expressiva dos jardins do Inhotim.

Aporte financeiro

O celebrado crescimento do volume de visitantes, da diversidade artística e das ações com foco em educação e sustentabilidade acontecem em um contexto mudanças no Inhotim. Mudanças que incluem desde medidas de reestruturação até uma grande e inédita parceria de longo prazo entre uma empresa e uma instituição de arte contemporânea no Brasil. Ocorre que, ao longo dos próximos 10 anos, por meio de uma iniciativa inovadora no país, a Vale disponibilizará até R$ 400 milhões ao complexo botânico, arquitetônico e museológico localizado em Brumadinho. 

Como O TEMPO noticiou em junho deste ano, parte do valor será aplicado em um fundo patrimonial, com objetivo de garantir mais perenidade à entidade. Em outra frente, como resultado imediato da iniciativa, a entrada gratuita no lugar foi ampliada e os projetos educativos estão em processo de expansão, contribuindo para a democratização do acesso ao museu, um dos pilares fundamentais do projeto “O Inhotim de Todos e para Todos”. Há, por fim, a expectativa que o turismo e a economia local – severamente impactados pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão – sejam estimulados.

É importante mencionar que todas essas ações ocorrem após o equipamento cultural ter recebido, no ano passado, a maior doação privada individual da história dos museus brasileiros – o que aconteceu quando Bernardo Paz, idealizador e criador do Inhotim, transferiu ao instituto o terreno onde o museu funciona, suas construções e centenas de obras contemporâneas.

Futuro

Para 2024, além da programação artística, botânica e de educação, que será divulgada no mês de janeiro, o Inhotim comunica uma transição em seu organograma: Paula Azevedo assume como nova diretora-presidente do Instituto Inhotim, ao lado de Júlia Rebouças (diretora artística), Gleyce Kelly Heitor (diretora de educação), Luciana Zanini (diretora administrativo-financeira), Eduardo Mizuta (diretor de operações e infraestrutura) e Felipe Paz (diretor de relações institucionais). Juntos, os seis diretores formam a diretoria executiva do museu e jardim botânico.

Paula Azevedo substitui Lucas Pessôa, que deixa a presidência da instituição, cargo que ocupou de janeiro de 2022 até dezembro de 2023.

“Lucas Pessôa e Paula Azevedo realizaram um trabalho significativo ao consolidar uma nova estrutura de gestão para a instituição, em um processo que visou estabelecer a vocação pública do Inhotim e a ampliação da participação da sociedade civil. Uma das primeiras medidas neste contexto foi a constituição de uma moderna governança, por meio da formação de um novo conselho deliberativo, um grupo amplo e representativo, que passou a integrar a instância máxima de gestão da instituição, atuando como guardião da governança do museu e contribuindo para sua perenidade”, descreve o instituto por meio de nota à imprensa.

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