A jornalista Susana Naspolini, de 49 anos, que morreu nesta terça-feira (25), venceu o câncer por quatro vezes em sua vida. O último tumor, na bacia, se espalhou para a medula óssea e uma metástase levou ao acometimento de vários outros órgãos. A leveza com a qual enfrentava toda a dificuldade do tratamento era inspiradora; transformando-se, inclusive, em livros.

Ela enfrentou a doença pela primeira vez em 1991 e voltou a lutar contra ela dezenove anos depois, em 2010, aos 37. Ela descobriu um micronódulo no seio, um câncer de mama, e após a radioterapia, fez mastectomia total no seio direito. Durante o tratamento, descobriu também um tumor na tireoide.

Em 2016, voltou a enfrentar o câncer de mama e passou cerca de seis meses longe da televisão. No final do ano, voltou a comandar o "RJ Móvel" com direito a festa com flores e bolo nas ruas de Campo Grande, zona oeste do Rio, além de homenagens de colegas e telespectadores.

Em 2020, Susana foi diagnosticada com câncer na bacia. A jornalista buscava manter os seguidores atualizados sobre o tratamento, sempre com um sorriso largo, e afirmou que era confortada pela respostas das pessoas que a acompanhavam.

"Acho que a vida ganha mais sentido quando a gente compartilha das histórias felizes às mais difíceis. Quando descobri o diagnóstico e fui para o Instagram contar, recebi tanto carinho que me deu uma injeção de ânimo. Isso faz muita diferença no meu estado de espírito. As histórias vão te estimulando a melhorar", contou, em entrevista a Universa, em abril deste ano.

Em julho de 2022, a doença se espalhou para a medula óssea, exigindo uma quimioterapia mais forte, venosa. No mês seguinte, ela publicou um vídeo em que raspava os cabelos com a ajuda da filha.

Em setembro, Susana passou oito dias internada para tratar uma infecção e imunidade baixa. Ela comemorou a alta com uma publicação ao lado dos profissionais de saúde nas redes sociais.

Em outubro, Julia, filha da jornalista, informou que a metástase se espalhou por vários outros órgãos, comprometendo o fígado e deixando a jornalista em estado gravíssimo.

 

Morte do marido e luta contra o câncer viraram tema de livro

Susana ficou viúva em 2014, após a morte precoce do marido, Maurício Torres. O jornalista esportivo morreu em 2014, aos 43 anos, em decorrência de uma infecção pulmonar. O apresentador do "Esporte Fantástico (RecordTV) ficou internado por cerca de um mês após passar mal em um voo entre Rio de Janeiro e São Paulo.

Inicialmente, constatou-se uma arritmia cardíaca, mas exames mais rigorosos detectaram uma infecção que não regrediu, mesmo com o uso de antibióticos. Na época, a única filha do casal, Julia, tinha 8 anos.

"A morte dele foi tão sofrida. Aprender a não ter ele nas nossas vidas foi tão difícil que não foi porque eu estava doente que ficou pior. Teria sido muito bom se ele estivesse ao meu lado por causa do câncer, mas também na Páscoa, no Natal, no cinema de sábado à noite, nos problemas", disse Susana ao UOL, em 2019.
Em 2021, a jornalista perdeu o pai, Fúlvio Naspolini, que morreu após contrair uma bactéria na UTI depois de fraturar a perna em uma queda.

A luta contra o câncer e as mortes do marido e do pai levaram a jornalista a escrever dois livros: "Eu escolho ser feliz" (Editora Agir) e "Terapia com Deus" (Editora Petra).

Susana deixa a filha, Julia, de 16 anos, e a mãe, Maria Dal Farra Naspolini.