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Júlia Medeiros fará contação de histórias no Memorial Vale

Ela vai compartilhar a história do livro A Avó Amarela e falar do conto, ainda não editado, sobre sua outra progenitora, “A Avó Azul

Por Patricia Cassese
Publicado em 13 de setembro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Uma live de contação de histórias é atração no #MemorialValeEmCasa. A escritora Júlia Medeiros irá apresentar seu livro “A Avó Amarela” (Ôzé Editora, 2018, iustrações de Elisa Carareto) neste domingo, 13, às 11 horas. Júlia é neta de Esmeralda e Beatriz. Um dia, achou uma foto em que ambas vestiam roupas iguais, mas com cores diferentes, e, desde então, as chama de 'Vó Amarela' e 'Vó Azul'. A 'Vó Azul' ganhou a personagem Tamporina, no Grupo Ponto de Partida; o qual ela integrou, e a 'Amarela', um livro em sua homenagem.  
 
A obra narra um almoço de domingo em família na casa da personagem. "Eu cresci bem perto das duas, mesmo a 'Amarela' morando em outra cidade. E existia um certo ritual nesses encontros (que aconteciam quase sempre aos domingos), que me atraia muito. Não sei se foram muitos domingos com ela ou a sensação de ter sido o mesmo domingo várias vezes - essas cenas foram ficando gravadas na minha memória", contou a autora, ao Magazine. 
 
"Minhas avós eram muito diferentes uma da outra, e muito marcantes, as duas", prossegue Júlia. "As visitas eram sempre um processo de imersão, como se elas fossem também aqueles lugares que elas habitavam e aquilo tudo começasse a ir morando dentro de mim. Essa incursão neste universo estético, rítmico e íntimo de uma outra pessoa foi muito forte. Na infância, é avassalador. Acho que existe uma tensão entre estranhamento e familiaridade que permite que a gente seja espectador e, ao mesmo tempo, personagem daquelas cenas afetivas. Eu não sabia, mas acho que o meu convívio com elas já era literário. Então, quando me sentei para escrever, esse registro veio muito forte - e não tive muita escolha, não", descreve Júlia. 
 
E sim, a relação com a 'Avó Amarela' segue de forma "ótima, supergostosa". "Ela é um superdoce, acabou de fazer 84 anos, e tem uma saúde ótima, apesar de um dorzinha aqui e ali. Mas a vida inteira foi muito ativa. Agora, a gente está se falando por telefone, mas é sempre uma delícia conversar com ela! Acho que o carinho sempre dá um jeito de chegar. Ele acaba sempre chegando", prossegue Júlia.
Em 2019, a obra foi agraciada com Prêmio Jabuti. Também recebeu as condecorações Catálogo de Bologna 2019, Prêmio FNLIJ 2019 – Autora revelação, Prêmio FNLIJ 2019 – Ilustradora revelação, Altamente Recomendável – Categoria Criança – FNLIJ 2019 e ficou entre os 30 Melhores da Revista Crescer 2019. Nâo bastasse, foi selecionado para Bienal de Ilustração de Bratislava (República Tcheca) e para o catálogo “White Ravens” 2019, da Biblioteca Internacional de Munique (Alemanha).  "Costumo dizer que é um livro sortudo. Porque estamos em 2020 e ele continua atraindo a atenção das pessoas. Isso prova como esse tema, essa relação da infância com uma outra geração é um afeto fortíssimo, muito potente. Continuam saindo resenhas, lives estão acontecendo sempre, enfim, ele não deixa de ganhar espaço e acho que muito por conta dessa afeto que existe entre netós e avós".
 
Júlia Medeiros nasceu em São João del-Rei. É escritora, atriz, compositora, dramaturga e gestora cultural. Por 16 anos, integrou o Grupo Ponto de Partida. Também atuou no coro Meninos de Araçuaí e na Bituca – Universidade de Música Popular. Participou do disco e DVD "Pra Nhá Terra" e da coleção "Presente de Vô", ambos com o Ponto de Partida e o coro Meninos de Araçuaí, e do DVD "Do Outro Lado", com o Projeto Árvore da Vida. 
 
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