Lançamento

‘Justiça 2’ volta ao Globoplay com quatro novas histórias; veja quais

Premiada série de Manuela Dias estreia nesta quinta-feira (11), com 28 novos capítulos

Por Laura Maria* Enviada especial ao Rio de Janeiro
Publicado em 10 de abril de 2024 | 15:27
 
 
 
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"Justiça 2” já começa como um soco no estômago. A série original do Globoplay, que estreia nesta quinta-feira (11) ambientada em Ceilândia (DF), abre a nova temporada com a história de Balthazar Gomes da Silva (Juan Paiva), um motoboy preto que faz um corre danado para conseguir se sustentar e dar uma vida digna a avó doente, a dona Regina (Dja Martins). Na trama, ele vive dias de cão: sofre uma abordagem policial enviesada, precisa comprar remédios caros para a avó e é demitido do restaurante onde trabalha como entregador de marmitas. 

Até aí, são evidenciadas dificuldades próprias da vida. Acontece que Balthazar é preso injustamente por assalto a mão armada, ocorrido justamente em seu antigo emprego, sob acusação falsa de seus patrões, Nestor (Marco Ricca) e Silvana (Maria Padilha), que supostamente o reconheceram em uma foto. A partir daí, o motoboy passa sete anos encarcerado e é solto depois de o advogado Cassiano (Luciano Mallmann) provar a inocência dele. Ao deixar a cadeia, ele vai imediatamente visitar a avó – enterrada em um cemitério. 

Diante desse contexto, é praticamente impossível não querer justiça por Balthazar. Autora da trama, Manuela Dias afirma que ideia da série é justamente conceituar a “nossa esperança de justiça.” “Toda a civilização se estrutura a partir dessa esperança. Então, é um universo que ativa tanto o perdão e a superação como a vingança”, diz, em entrevista ao portal O TEMPO, que, a convite do Globoplay, esteve no lançamento da série, realizado na noite dessa terça-feira (9), no Rio de Janeiro. Na ocasião, a reportagem assistiu ao primeiro, dos 28 capítulos de “Justiça 2” e conversou com o elenco presente.

Protagonista desta história, o ator Juan Paiva, no ar também em “Renascer”, como João Pedro, revela que é grande a sua responsabilidade de contar uma trajetória como esta. “Sabemos que é difícil combater algo que é maior que você quando você é preto, favelado e minoria. Por isso, temos feito uma arte que tem o poder de atingir certos lugares e que pode mudar pelo menos um terço disso que vem acontecendo no Brasil”, assinala. 

Segundo ele, o Balthazar é um cara “guerreiro e forte”, que, independentemente das consequências negativas da vida, “não abaixa a cabeça e luta contra esse muro criado em torno dele.” “Eu sou muito grato por dar voz a pessoas que não têm. Eu achei bizarro, por exemplo, que o Michael Jordan tenha sido reconhecido por um crime que não cometeu. As pessoas acusam sem nem mesmo saber o que aconteceu”, evidencia, citando o caso em que o astro de cinema apareceu, em 2022, em uma lista de procurados pela polícia do Ceará.

No arco dramático de Balthazar, acompanhamos também a trajetória de Silvana, personagem de Maria Padilha. Ele interpreta a mulher de Nestor (Marco Ricca), que vive um cotidiano de violência doméstica. “Eu sempre falo: ‘não tem uma cena que a Silvana toma um drink ou apenas passeia’. Fiz cenas muito violentas, que duravam entre cinco e seis horas, mas como trabalhei com atores maravilhosos, como o Marco Ricca, eu não ficava deprimida”, aponta. 

Mesma gênese, novas histórias 

“Justiça 2” segue a mesma estrutura da primeira temporada, que foi ao ar em 2016, na qual são contadas histórias de quatro pessoas sete anos após serem presas no mesmo dia e que se cruzam de alguma maneira. “Quem viu a primeira temporada, vai reconhecer como essas histórias se entrelaçam. Nós somos protagonistas da nossa vida, enquanto as outras pessoas são figurantes. E nós precisamos respeitar o outro, mesmo que, na nossa vida, ele tenha apenas uma função, de motoboy ou manicure, por exemplo. Devemos entender que eles são protagonistas das deles, enquanto nós somos os figurantes”, analisa Manuela. 

A cada semana, vão ao ar na plataforma a história de cada um dos personagens. Além da narrativa de Balthazar, a série também conta a história de Geíza (Belize Pombal), condenada à prisão depois de matar um homem para salvar a filha, Sandra (Gi Fernandes); de Milena (Nanda Costa), aspirante a cantora, que vai parar atrás das grades por levar a culpa por um assassinato cometido pela empresária Jordana (Paolla Oliveira); e de Jayme (Murilo Benício), que vai para a cadeia após ser acusado de estupro pela sobrinha Carolina, personagem de Alice Wegmann. “Justiça, para mim, é um conceito muito amplo e é sempre relativo”, diz Alice. 

Júlia Lemmertz, que interpreta a mãe de Carolina, conta que construir seu papel foi uma tarefa árdua. “Foi custoso, mas a série é muito bem escrita: a Manuela tem um jeito muito interessante de contar a história. São coisas que acontecem na sua casa, debaixo do seu nariz, e não se sabe se essa mãe quis ou não ver. Mas o que ela sofre por isso é tão intenso e devastador, que acho que é um lugar de muita humanidade. Pensei muito nas famílias, em que o abuso acontece, e elas se omitem, porque, eu, Júlia, tocaria nesse assunto. Mas a minha personagem é frágil, até de caráter, então é difícil fazer uma pessoa que erra nesse lugar”, aponta. 

Também no ar com “Renascer”, o rapper e ator Xamã integra o núcleo Nanda Costa. Ele dá vida ao Naldinho, parceiro de crime da Milena. “O Naldinho é apaixonado pela Milena. E ele tem muita coisa relacionada a música. Assim como eu, busca o sonho de ser músico”, comenta. Leandra Leal, que brilhou na primeira temporada de “Justiça” com a icônica Kellen, é a única artista que volta para esta fase, dando nova vida à dona de um prostíbulo, anteriormente em Recife, onde a primeira temporada foi ambientada, e, agora, na Ceilândia.   “É muito maneiro a possibilidade de fazer uma personagem envelhecer. A parte mais legal da Kellen é poder pensar o que aconteceu com ela nesse tempo”, afirma a atriz.

*A repórter viajou a convite do Globoplay

 
 
 
 
 
 
 

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