Música

Lagum inicia fase mais madura com novo disco e traz show para o Parque Municipal

Banda mineira lança 'Depois do Fim', quarto álbum da carreira, e vai se apresentar em Belo Horizonte com a nova turnê

Por Renato Lombardi
Publicado em 03 de maio de 2023 | 13:19
 
 
 
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“É um momento de transformação, de renovação”, afirmou Jorge, guitarrista do Lagum, em entrevista a O TEMPO, em um bate-papo virtual que contou com a participação de todos os integrantes da banda mineira. A frase é usada pelo músico para definir a nova fase do Lagum, que em março lançou o EP “Fim” e, em abril, o quarto álbum da carreira, “Depois do Fim” - projetos que trazem uma mudança na sonoridade da banda, que nasceu em Belo Horizonte em 2014. Para celebrar esse novo momento, Jorge, Pedro Calais (vocal), Zani Furtado (guitarra) e Chico Jardim (baixo) preparam uma turnê, que estreia neste mês e vai passar por Belo Horizonte - mais especificamente, no Parque Municipal, no dia 27 de maio.

A palavra “fim”, presente tanto no título no EP quanto no álbum, foi escolhida para marcar o encerramento de um ciclo e o início de uma nova era. “A nossa cultura trata o ‘fim’ como um término abrupto, desce os créditos e acabou, tela preta. Acho que por tudo que a gente passou nos últimos tempos, tanto profissionalmente quanto nas vidas pessoais, a gente passou por diversos ‘fins’, e viu que ‘fim’ não é essa tela preta, não é este ponto final”, pontuou Jorge. 

Vocalista do Lagum, Pedro Calais explicou que em todo novo projeto da banda marca uma nova fase. “Realmente, cada projeto é uma coisa. Mas de fato esse tem essa maior mudança, tanto musical quanto pessoal de cada um”, contou. “Há realmente uma reviravolta na nossa sonoridade. E na banda, estruturalmente, a gente se entendendo como quatro integrantes. Para começar uma coisa significativamente nova, a gente precisa dar fim a algumas coisas”, comentou.

“Até porque este é o primeiro álbum que a gente faz sem o Tio Wilson”, completou Jorge, referindo-se ao baterista do Lagum, que morreu em setembro de 2020. “Isso marca muito a falta que ele faz tanto como pessoa enquanto instrumentista ali, na bateria e na parte rítmica. Então, ‘fim’ trata de diversos aspectos”, disse o guitarrista.

 

Período criativo e de isolamento 

A nova fase começou, oficialmente, com o lançamento do EP “Fim”. Mas o projeto começou a nascer há algum tempo, ainda em Belo Horizonte, e o processo de construção criativa teve até uma espécie de retiro, no ano passado, em que os quatro músicos se “desconectaram do mundo”. “Foi um processo de imersão que a gente teve em Campinas (SP), terminando de produzir e compor a parte final do álbum (‘Depois do Fim’). Só que este disco teve início muito antes aqui em Belo Horizonte”, revelou Jorge. 

“A gente ia para o estúdio Medisen, que é da galera que gravou o nosso primeiro álbum, e ali a gente ia semanalmente para registrar ideias do que a princípio seria um projeto acústico”, detalhou o guitarrista. “Para terminar de polir, produzir e compor, a gente realmente foi para Campinas. Foi um período que a gente se isolou dos shows e realmente imergiu nas gravações. Foi um processo que a gente nunca tinha feito, parar a vida para focar numa gravação”, ressaltou o músico. “Essa imersão que a gente fez foi exatamente essa desconexão com o lado de fora para pode criar uma coisa realmente autêntica, sem pensar no mundo externo”, complementou Zani, também guitarrista do Lagum. 

Nova sonoridade

O EP “Fim”, lançado em março, traz três canções, e o álbum “Depois do Fim”, disponibilizado em abril, apresenta 14 faixas inéditas. As novas músicas mostram o Lagum experimentando sonoridades pouco exploradas pelos integrantes da banda mineira até então, com o uso de piano, cordas, metais e texturas eletrônicas. “Não é só um elemento, é uma soma de elementos: de um violão que apareceu no estúdio do nada e a gente usou como um símbolo; muita coisa do eletrônico, dos graves; a gente tentou pisar mais nesse lado dos sintetizadores; a questão rítmica da ‘batera’, pois somos só nós quatro e apostamos em novos beats, coisas que construímos juntos”, explicou Zani.

 

Banda vai se apresentar no Parque Municipal de BH e vai viajar pela Europa

“Sim, vai ter turnê nova”, afirmou o guitarrista Jorge, do Lagum. A série de apresentações terá início no dia 12 de maio, em Juiz de Fora, e vai passar pelas principais capitais brasileiras. Belo Horizonte, cidade onde a banda nasceu, está incluída no roteiro, com uma edição especial de A Ilha - festival criado pelo Lagum. O show na capital mineira está marcado para o dia 27 deste mês, no Parque Municipal. A turnê do álbum “Depois do Fim” vai levar a banda para a Europa mais uma vez: Lisboa e Porto (Portugal), Londres (Inglaterra) e, pela primeira vez, Barcelona (Espanha) vão receber shows do Lagum neste ano.

“Vai ser uma turnê muito importante porque vai coroar todo esse período de imersão, de olhar para dentro. Quando a gente joga um projeto dessa magnitude no mundo, chega o momento de colher os frutos, e essa turnê vai vir para marcar isso”, analisou Jorge. “A partir do momento que a gente joga essa turnê no mundo, muita oportunidade, muita coisa começa a aparecer, com a certeza que é só o início de um ano que a gente espera que seja maior do que os que passaram”, finalizou o guitarrista.

Serviço

O que. A Ilha apresenta Lagum no Parque Municipal
Quando. 27 de maio, a partir das 18h
Onde. Paque Municipal de Belo Horizonte (av. Afonso Pena, 1.377, centro)
Quanto. A partir de R$ 110.
Ingressos à venda na plataforma Sympla

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