MAGAZINE

Aventura pela comunicação humana

É o que o visitante do Museu das Telecomunicações poderá fazer no recém-inaugurado espaço da capital mineira.

Por SORAYA BELUSI
Publicado em 07 de fevereiro de 2007 | 00:02
 
 
 
normal

Estabelecer um diálogo com Platão, bater um papo com Freud ou dar uma olhadinha na casa que abrigou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Tudo isso é possível por intermédio da tecnologia, utilizada como meio e mensagem.

Para promover um mergulho na história e evolução da comunicação humana, foi inaugurado em Belo Horizonte o Museu das Telecomunicações.

Construída onde antes estava abrigado o Museu do Telefone, fechado por três anos para as devidas reformas, a instituição propõe uma nova relação com seu acervo, deixando ao visitante a possibilidade de uma exploração personalizada.

"Aqui, a pessoa escolhe o museu que ela quer ver", explica Maria Arlete Gonçalves, curadora do espaço. Do antigo museu manteve-se o acervo, mas o espaço foi totalmente modificado.

Com um orçamento de R$ 2,5 milhões, o Museu das Telecomunicações ocupa uma área de 400 metros quadrados, com concepção visual e projeto multimídia do designer Gringo Cardia.

"A exposição que existia aqui era passiva, com um acervo voltado para os telefones que transportavam só a voz. Mas as comunicações evoluíram muito e esse mesmo aparelho passou a transportar além da voz, dados, imagens em movimento, entretenimento. Tudo junto. Para acompanhar essa evolução, resolvemos criar um espaço do século XXI, que incorporasse todos esses adventos lançando mão da tecnologia de ponta para promover uma grande aventura pela comunicação humana", afirma a curadora.

Para criar uma exposição personalizada, partiu-se do conceito de hipertexto, resultando em uma espécie de "metamuseu".

"Todo mundo que chega recebe uma espécie de iPod, no qual a pessoa abre camadas de informação. Utilizamos o conceito do hipertexto, assim como na tela do computador: tem uma palavra que está grifada e a pessoa pode ou não clicar. Se clicar, ela abre outra janela de informação, que tem outro link e assim por diante", adianta a curadora, ressaltando que qualquer pessoa é capaz de manusear a tecnologia disponível para a visitação no museu.

"A tecnologia, por mais sofisticada que seja, tem o objetivo de facilitar a vida das pessoas", garante.

Dividido em diversos compartimentos, o museu traz espaços como o Vozes da História, na qual é possível ouvir registros sonoros inéditos de personalidades como Freud, Lacan e Thomas Edson " neste caso, a primeira gravação sonora da história, com o inventor recitando o poema "Mary Had a Little Lamb".

Já a Sala dos Profetas traz atores famosos interpretando falas de personalidades como Buda e Platão. Sem contar a Linha do Tempo, que contextualiza historicamente descobertas tecnológicas.

A proposta do Museu das Telecomunicações é contar a história da comunicação humana não apenas através de peças antigas como telefones e aparelhos de telex.

Embora estejam expostos, entre outros, exemplares de aparelhos telefônicos de 1895 e uma mesa de telefonista de 1900, a idéia é incluir nesse mergulho suportes como telas de plasma e computadores, propondo ao visitante uma outra forma de interagir com o espaço museológico.

"O novo conceito de museu não é apenas a idéia do templo das musas, do intocado. É um museu que fala, conversa com as pessoas, se mexe. E a tecnologia é utilizada para provocar essa interatividade em museus de várias vertentes, para ter o mais próximo possível o visitante dentro da história. E aqui reunimos, através da tecnologia, todos os tempos desse nosso admirável tempo novo", resume a curadora.

AGENDA " Museu das Telecomunicações (av. Afonso Pena, 4.001, térreo, Mangabeiras, 3229-3131). Visitas de terça a domingo, das 11h às 17h. Entrada franca.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!