Conduzidos por conceitos que remetem ao dadaísmo do lendário Cabaret Voltaire, criado no início do século XX pelo filósofo, poeta e romancista Hugo Ball, dois outros espaços da capital mineira têm apostado na convivência entre seus frequentadores e numerosas obras de artes visuais. Aberto há pouco mais de dois anos, o Arcângelo Bar Café foi criado como um ateliê de seus proprietários e, aos poucos, acabou agregando os trabalhos de outros criadores da cidade.

"Com o tempo, o público foi se identificando com a casa e começou a participar dela.
Atualmente, temos mais obras do que paredes, e todas elas foram presentes de amigos e frequentadores", comenta o escultor Santiago Calonga, que divide a gestão do espaço com a atriz Daniela Papini.

Se a casa acaba sendo decorada por quem frequenta, também os forasteiros costumam se sentir bastante à vontade no local. "Essas paredes cheias acabam criando um clima bem mais familiar, e é bem comum que alguém se interesse pelos trabalhos que temos aqui", completa.

A algumas quadras dali, o Bar, Restaurante e Cabaré Cultural Nelson Bordello apoia-se em uma dinâmica bastante semelhante, baseada no estabelecimento de relações estreitas com artistas locais e na acumulação de trabalhos sobre as generosas paredes do ambiente.

"Foi uma coisa muito espontânea, de gente que gostava do espaço e queria participar de alguma forma", descreve Bernardo Gontijo Guimarães, produtor cultural e proprietário do local.

E, mesmo em meio a música alta e iluminação baixa, Guimarães conta que muita gente costuma gastar bons minutos com os olhos nas paredes e não raro adquirir alguma coisa.
"Pretendemos, inclusive, estreitar ainda mais a relação com esses artistas e seus trabalhos, realizando, pelo menos, quatro leilões de arte ao longo de 2012", adianta