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'Estou só começando', diz a atriz belo-horizontina Mariana Ruggiero

Ela está em 'Piedade', filme de Claudio Assis exibido no Festival do Rio com sessão lotada, que tem Fernanda Montenegro e Cauã Reymond no elenco

Por Etienne Jacintho
Publicado em 16 de dezembro de 2019 | 12:30
 
 
 
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Uma das sessões mais disputadas no Festival do Rio, que começou no dia 9 e termina em 19 de dezembro, foi a do longa “Piedade”, do pernambucano Cláudio Assis, que rendeu ao ator Cauã Raymond um Candango de melhor ator coadjuvante. O filme tem elenco essencialmente masculino e destaca apenas duas mulheres: Fernanda Montenegro e Mariana Ruggiero, belo-horizontina formada pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), da Fundação Clóvis Salgado. 

“Sempre quis trabalhar com o Cláudio Assis. Quando assisti a ‘Febre do Rato’ (2011), liguei para ele dizendo o quanto estava impactada pelo filme, e ele me contou sobre essa personagem de ‘Piedade’”, diz Mariana em entrevista ao <CF82>Magazine.</CF> Após fazer testes, ela conseguiu o papel e se orgulha desta conquista. “Era a única atriz não conhecida do grande público”, afirma. 

Para Mariana, estar em “Piedade” significa um novo passo em sua carreira como atriz, uma vez que atuar em um filme de Assis era um dos objetivos que ela havia traçado lá atrás, quando começou a cavar um espaço no cenário do cinema nacional. “Acho que estou começando, e começando muito bem”, conta. 

Claro que Mariana ficou com aquele frio na barriga de contracenar com esse elenco encabeçado por Fernanda Montenegro e Matheus Nachtergaele, com Reymond, Irandhir Santos e Gabriel Leone. “Era meu primeiro longa e um filme do Cláudio Assis, com essas pessoas que sempre foram referências de artistas para mim. Mas, a partir do primeiro encontro, percebi que estavam todos com frio na barriga e, assim, nos unimos”, conta a atriz, que começou a relaxar já na leitura do roteiro. “A Fernanda vem dessa geração que é muito da leitura de texto, da leitura na mesa, e aprendi muito com isso”. 

Em “Piedade”, a personagem de Mariana luta contra o machismo. “Ela não quer mais estar nesse lugar rotulado como ‘da mulher’, de cuidar de todo mundo. Ela sonha para além do que é predeterminado para ela”, defende.

Apesar de ver um avanço nos papéis femininos na indústria do cinema, a atriz acredita que os melhores personagens ainda são masculinos e há um longo caminho a ser percorrido e barreiras a serem ultrapassadas. “Precisamos ter personagens femininos com papéis grandes e não sermos sempre colocadas nessa posição negativa de vítima – a mulher que é violentada, assassinada. Isso porque, se a gente for colocada nesta posição, vamos nos enxergar sempre nesse lugar”, defende Mariana. 

'Carcereiros'

Mariana Ruggiero associa as oportunidades que surgem para ela aos festivais de cinema. Afinal, quando era repórter do “Cinejornal”, programa do Canal Brasil, ela conheceu muita gente da indústria. Foi por meio desse trabalho que ela se apresentou não só a Cláudio Assis, de “Piedade”, mas também ao diretor José Eduardo Belmonte, de “Carcereiros”. Assim, a atriz conquistou um papel na série do Globoplay. Na trama, sua personagem, Mariana, revela um segredo da vida do protagonista Adriano, papel de Rodrigo Lombardi. 

“A minha personagem só narrava o acontecimento (do passado de Adriano), mas não o vivenciava. Porém, os roteiristas gostaram da cena e quiseram desenvolver mais esse arco do protagonista. Assim, recebi mais um episódio inteiro, e esse é um reconhecimento que toda atriz quer”, diz.

Mariana participa de cinco capítulos da segunda temporada de “Carcereiros”, nos episódios “Amores Brutos – partes 1 e 2”, “Liberdade Assistida”, “Cartas não Mentem” e “Imagem e Semelhança”

 

 

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