Última temporada

Fim de 'Elementary' terá tiros, corpos e vidas mudadas, garante produtor

Criador da série fala sobre o desfecho da atração que traz Sherlock Holmes como dependente químico e Watson como mulher

Por Etienne Jacintho
Publicado em 11 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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Quando “Elementary” estreou na TV, muita gente torceu o nariz. Afinal, onde já se viu transformar Sherlock Holmes, icônico personagem de Sir Arthur Conan Doyle, em um dependente químico? E o que dizer do caro doutor Watson ser retratado por uma mulher de origem oriental? Assim, revolucionando as histórias do maior investigador da ficção e transportando-as para os dias atuais, Robert Doherty cria uma série que traz o universo de Doyle de forma fiel, porém desconstruída – Moriarty, por exemplo, também está na série como mulher. Passado o estranhamento do público, “Elementary” conquistou os fãs e a crítica. Agora, a série se despede após sete temporadas. A última está em cartaz na Universal TV, às segundas-feiras, às 23h. 

Ao jornal O Tempo, o criador e produtor da série, Robert Doherty, fala sobre o desfecho da jornada de sete anos. “Posso dizer que os movimentos dos episódios finais foram inspirados nas histórias ‘A Casa Vazia’ e ‘The Final Problem’”, fala Doherty. “Posso prometer que a trama chegará com sangue entre Sherlock, Watson e Odin Reichenbach (James Frain). Tiros serão disparados, corpos serão despejados. Vidas serão mudadas para sempre”, diz. 

Doherty conta que ficou buscando formas de inovar as histórias de Sherlock, sem irritar os fãs. “Inicialmente, queria encontrar meios de ‘Elementary’ se diferenciar de outras filmagens de Sherlock Holmes”, alega Doherty. “E não somente do ‘Sherlock’ brilhante da BBC ou dos filmes de Guy Ritchie, mas também das muitas outras representações dos personagens de Arthur Conan Doyle”, explica. “Então, quando comecei a pensar na série, tentei identificar as possibilidades de mudanças que mais tinham apelo para mim. Fucei os livros originais e decidi que seria emocionante brincar com os gêneros dos personagens e contar a história de um Sherlock despedaçado”, conta o criador. 

Apesar de inverter gêneros dos personagens e fazer um Sherlock que luta para ficar longe das drogas, Doherty segue os enredos dos livros de Doyle com muita fidelidade. As primeiras temporadas trazem as relações familiares do detetive de forma muito interessante, mostrando o irmão Mycroft Holmes, maravilhosamente interpretado por Rhys Ifans. O suspense sobre a ex-namorada de Sherlock, Irene Adler, que culmina com a apresentação de Moriarty (Natalie Dormer), foi uma grande jogada.

Logo no início de sua caminhada, “Elementary” sofreu com a estreia de “Sherlock”, a elogiada série da BBC com Benedict Cumberbatch. Mas o abalo não foi tão sentido, ao menos no desenvolvimento do roteiro. “Estava pronto para isso. Costumo dizer que, se você não aguentar a questão da comparação, o melhor é ficar longe do mundo de Sherlock Holmes”, afirma Doherty. “Ao mesmo tempo, eu acreditava que havia espaço suficiente para acomodar a gente, a grande série da BBC e os filmes de Guy Ritchie. Os fãs poderiam ver um, nenhum ou todos eles”, diz. 

A partir da quarta temporada, “Elementary” ficou mais presa à fórmula dos chamados “procedural shows”, com base forte na pegada e nos procedimentos policiais. Porém, o lado pessoal de Holmes e Watson, interpretados por Jonny Lee Miller e Lucy Liu, respectivamente, nunca foi deixado para trás, sendo um grande trunfo da atração. A dupla, aliás, é perfeita em cena. Miller dá vida ao perturbado e excêntrico detetive de forma magistral, e Lucy o acompanha sem ser engolida por ele – como a “cara” personagem que lhe cabe.

Química

Para Doherty, um ponto forte de ‘Elementary’ é mostrar Holmes e Watson dividindo o trabalho e também o lar. Ele destaca ainda a química da dupla. “Sabia que Jonny era um ator brilhante, e Lucy, uma atriz brilhante, mas não dá para prever a química, e eles são ótimos juntos”, diz criador da série.

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