"O avião está em chamas, o rapaz não consegue sair", gritava apavorado o pequeno James Leininger, um garoto normal, alegre e brincalhão que, por volta dos 2 anos, começou a ter pesadelos horríveis, noite após noite, para o desespero de seus pais, Bruce e Andrea, que vivem até hoje em Louisiana, nos Estados Unidos.
Eles são os autores do livro "A Volta", resultado de "quatro anos de pesquisa, milhares de quilômetros de viagem e mais de um ano de redação", resume o casal no prefácio.
Eles não compreendiam as razões que levavam seu filho a experimentar sonhos tão violentos, vivenciá-los com tanta intensidade e expressá-los com uma clareza que apenas alguém mais velho seria capaz.
Determinados a descobrir o que se passava com James, eles passaram a observar melhor o seu comportamento e a procurar entender o que ele gritava durante os pesadelos.
E, na medida em que o garoto foi aprendendo a falar, tudo ficou mais claro. O pequeno James passou a transmitir informações detalhadas e estranhamente bem articuladas não apenas em seus pesadelos, que aos poucos se tornaram escassos, mas também desperto, enquanto brincava e desenhava, no dia a dia da família.
James mostrava um conhecimento espantoso sobre aviões para uma criança da sua idade. Passou a revelar nomes e sobrenomes, dados geográficos e, até mesmo o que Bruce descobriu mais tarde ser a designação de um porta-aviões da Segunda Guerra Mundial.
Empenhada em desvendar as informações anunciadas, a mãe de James pediu que ele revelasse os nomes de pessoas que apareciam nos pesadelos.
A criança falou do piloto James Huston Jr. como se falasse de si mesmo. Insistindo, Andrea perguntou pelo nome de algum amigo de Huston, e James logo citou Jack Larson, também combatente de guerra.
Bruce Leininger, extremamente cético, sofreu muito com todo o processo de descobertas e se exauriu, examinando pilhas de documentos, relatos e pesquisas na internet. Ele percorreu milhares de quilômetros para se reunir com ex-combatente e elucidar o mistério que envolvia o seu filho.
Bruce tentou de todas as maneiras encontrar uma explicação científica para o que se passava com James. E, mesmo diante de todas as evidências, ele nunca se convenceu de que James Leininger e James Huston Júnior eram a mesma pessoa.
Depois de criteriosas pesquisas, Bruce e Andrea descobriram que Larson era o melhor amigo de James Huston (este morto há quase 60 anos) e que hoje ele está vivo e mora no Arkansas.
Os Leininger procuraram pela família do piloto e pouco tempo depois receberam uma carta de Ann Barron, irmã de Huston (ou de James Leininger), dizendo que acreditava nos sonhos de James pois traziam informações convincentes e verdadeiras. "Não havia como ele saber senão por um aspecto espiritual", se emocionou ela.
Descrença
"Se a ala imortal pode se transferir aleatoriamente de pessoa para pessoa, de geração para geração, então qual a implicação desse fato para a redenção da ortodoxia cristã? O impacto da história de James para meu bem estar espiritual parecia mais uma operação militar espiritual"
Bruce Leininger
Pai de James
Aceitação
"Francamente, eu estava cansada da interminável investigação de Bruce. Nada era suficiente.
A minha vida era mais simples. Escolhi acreditar. Eu não precisava de um cadáver na minha sala para me convencer de que James estava vivendo a vida de James Huston".
Andrea Leininger
Mãe de James