Teatro

Mães discutem maternidade no palco no espetáculo 'Óva', que estreia em BH

Artistas do Coletivo Transborda estreiam o primeiro espetáculo do grupo e transformam suas genitoras em atrizes

Por Etienne Jacintho
Publicado em 19 de novembro de 2019 | 03:05
 
 
 
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Os artistas do Coletivo Transborda viveram com suas mães uma experiência que vai além da maternidade. A partir de uma roda de conversas com essas mulheres, os artistas criaram o espetáculo “Óva”, que estreia hoje, no Teatro de Bolso do Sesiminas. No palco, os artistas dividem espaço com suas mães, que estão na expectativa para este début teatral. Para a plateia, elas encenam suas vidas, com os cerceamentos e as maravilhas da maternidade. 

“Nascer é muito perigoso, e por isso, convidamos nossas mães para nascer esse espetáculo com a gente. O parto é só um começo, vocês estão prontos?”, convida o grupo. O texto, que surgiu do encontro com as mães, foi lapidado por Erika Rohlfs e Thalita Motta. As duas quiseram abordar assuntos sérios, mas com leveza, para tornar o texto divertido. 

“O espetáculo vai tocando a questão da maternidade para mostrar quem elas eram antes de serem mães e quem elas se tornaram”, explica Erika Rohlfs. A peça aborda temas como política, aborto, mudança de gênero, entre outros. “Falamos de todas essas questões, mas mostramos mulheres muito engraçadas. Tratamos tudo com leveza, porque o riso é importante. É a subversão pelo riso”, diz Erika. 

Para a atriz, essa experiência de colocar as mães no palco foi desafiadora. “Misturar a questão profissional nessa relação tão pessoal é interessante porque ela não é maternal nem pessoal”, comenta Erika. “Como vou puxar orelha da minha mãe em cena?”, brinca.

Segundo Erika, a estreia hoje vai ter muita emoção, pois as mães/atrizes estão com aquele friozinho na barriga. “Estou tentando falar com minha mãe e não consigo”, conta Erika. “O nosso grupo de whatsapp (do espetáculo) está uma loucura! O grupo já é uma performance!”, diverte-se. Além de ser a primeira experiência das mães, também é esse o primeiro espetáculo do Coletivo Transborda, criado em 2015, que já apresentou performances, cenas curtas, experimentações em audiovisual. “Óva” é fruto dessas multilinguagens.

A sementinha de “Óva” foi uma performance, primeira manifestação artística que surgiu da roda de conversas com a mãe. Depois, veio a cena curta “Encontros e Desencontros com Fátima Bernanardes”, que rendeu prêmio ao Coletivo Transborda no Festival Cenas Curtas do Grupo Galpão no ano passado. 

 

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