Considerada um dos instrumentos mais antigos do mundo e frequentemente associada à imagem de anjos, a harpa não costuma contar com um quórum de entusiastas muito elevado, principalmente devido ao seu tamanho e sua consequente dificuldade de transporte. Apesar disso, ela despertou o interesse de Caio Rangel, 21, aluno da Escola de Música da UFMG. “Tive contato com a harpa pela primeira vez quando entrei na universidade e um professor me apresentou. Ela é um instrumento muito caro”, informa.

Graças a essa oportunidade, Rangel se apresentou tocando harpa nos recitais que ocorrem semestralmente na escola, com um repertório específico para o instrumento, de autoria da norte-americana Susann McDonald, uma das mais renomadas harpistas da música clássica.

Mas a história do estudante com a música começou por um outro instrumento, e de maneira também inusitada. “Eu jogava muito videogame e escutava as trilhas sonoras dos jogos, que tinham muito violino. Daí comecei a me interessar, e meu pai me chamou para estudar violino quando eu ainda era criança”, conta.

Natural de Diamantina Bruno Jorge, 20, também optou por um instrumento pouco procurado. À primeira vista, o saxofone não é assim tão “diferente”, mas, no caso de Jorge, há uma especificidade: ele estuda saxofone clássico. “A gente está mais acostumado a ouvir o saxofone no jazz; na música clássica é mais incomum”, assente o estudante, que enumera compositores que escreveram peças eruditas para saxofone.

“Eugène Bozza, Darius Milhaud e Villa-Lobos são alguns. A maioria veio da França, porque foi lá que o estudo mais sistematizado de saxofone começou”, observa. Sem nenhum músico na família, ele afirma que caiu nessa história “de paraquedas”, mas que sempre teve o apoio da mãe e do irmão.

A trajetória de Amanda Moreira, 22, é parecida. Aluna de canto lírico da UEMG, ela estudou no Cefart e começou na música quando a mãe a colocou no coral da cidade de Santa Luzia. “Quando fui prestar o vestibular, não tive dúvidas em escolher a música”, afiança. Já Igor Araújo, 27, estudante de violão da UFMG, tem outros planos: “Quero trabalhar na produção musical”.

Serviço

Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627, Pampulha

Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Rua Riachuelo, 1.321, Padre Eustáquio

Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). Av. Afonso Pena, 1.537, centro